Com as inscrições encerradas na última sexta-feira, 20, os alunos agora se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), avaliação que pode dar acesso às faculdades públicas e a programas de financiamento estudantil ou bolsas em instituições particulares. De acordo com o último levantamento do Ministério da Educação (MEC), até as 15h do último dia, 6.535.884 pessoas se inscreveram para fazer a prova.
Para este ano, o MEC fez algumas mudanças: o exame vai acontecer nos dias 5 e 12 de novembro, em dois domingos seguidos; e as combinações das provas foram alteradas: o primeiro domingo será a de linguagem e códigos, ciências humanas e redação; já o segundo terá as disciplinas de ciências da natureza e matemática.
Diretor de ensino do Bernoulli, Rommel Fernandes, avalia que a primeira modificação foi positiva, pois os alunos gostaram da possibilidade de ter um pouco mais de tempo para se preparar para o outro domingo de provas e por economizar recursos do Governo Federal. “Com as provas divididas em dois finais de semana, cansa menos para quem irá fazê-la”.
Fernandes explica que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP) – órgão que formula o Enem – leva em consideração que as provas devem ser feitas em 2 horas, a redação em uma hora e o preenchimento do gabarito em 30 minutos, porém esse tempo não é suficiente para finalizar a o exame de matemática. “Esse pensando é quase ideal. No primeiro dia, os alunos conseguem finalizar as provas e gabaritos dentro das 2 horas destinadas e, com isso, sobra meia hora a mais para a redação. Porém, no segundo dia, essa conta não fecha, pois a avaliação de matemática precisa de, pelo menos, 2h30 para ser concluída”.
Ele diz que o Enem exige conteúdos mais centrais que foram estudados durante o ensino fundamental e médio, e se diferencia em relação aos antigos vestibulares pelo seu formato. “Esse tipo de prova beneficia aqueles alunos que conseguem fazer com mais rapidez. Os vestibulares eram muito conteudistas e o Enem é menos, pois ele cobra mais uma visão do geral. Mas não acho que seja uma prova mais fácil, justamente pela dinâmica. Ela é extremamente cansativa”.
Livros abertos
A estudante Letícia Alves Belonato, 19, tentará, pela segunda vez, o Enem visando passar no curso de medicina, o mais concorrido no país. Para conseguir o feito, ela estuda, aproximadamente, 9 horas por dia e, neste primeiro semestre, está revendo os conteúdos em casa, mas voltará para o cursinho na fase final da preparação. “Esse ano estou estudando pelos livros didáticos em vez de apostila dos cursinhos. E depois de ver a matéria, assisto vídeos-aula”.
Esse é o mesmo método adotado por Igor Godooy Cunha, 18. O estudante conta que fez curso pré-enem no ano passado, mas o resultado não foi o esperado. “Achei que o cursinho era a principal solução para estudantes que não tiveram um bom ensino em escolas públicas, mas estava enganado”.
Ele, que almeja passar em enfermagem, diz que a sua principal dificuldade para fazer a prova são os extensos textos e está se preparando para superar o que considera que foi o seu ponto fraco no exame de 2016. “Ler textos enormes e interpretá-los é o meu maior obstáculo. Quando eu acabava de ler, não lembrava de mais nada. Por isso, estou treinando para ter mais atenção e guardar as informações”.
A alteração adotada pelo Enem também agradou aos estudantes. “Eu espero que seja menos cansativo e não tenha textos enormes, senão perderemos muito tempo, igual ao ano passado. Gostei das mudanças das datas, porém quanto à taxa de inscrição, paguei mesmo tendo baixa renda e estudando em escola pública. Não sei o que aconteceu, mas achei um absurdo”, diz Igor.
Para este ano, Letícia espera uma prova mais difícil do que a de 2016. “Pelo que tenho observado comparando aos exames anteriores, a cada ano está mais complexa”.
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