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Não existe política sem um líder

Brasília. Nunca o prestígio político de Minas esteve tão baixo no Planalto ao ponto de ser preciso que um “Fabinho Liderança” reverberasse isso. Seria cômico, se não fosse ridículo. A maior eminência parda do Governo Temer, pelo que se comenta nos corredores de Brasília, é o senador fluminense votado em Minas, ops!, o senador mineiro que mora no Rio, Aécio Neves. Mas Aécio, até aqui não conseguiu fazer um único ministro mineiro. Ou não quis. Vá lá saber. A quem comente que o homem é igual eucalipto: perto dele, não cresce nada.

Até entendo que no xadrez do PSDB Aécio teve que fazer uma escolha: ceder espaços internos e nas articulações partidárias para continuar na presidência nacional do partido. Como toda escolha implica uma renúncia, Aécio parece ter renunciado a Minas. Não só no âmbito domiciliar, já que ele fez aqui, de uma forma mais romântica, o que Sarney fez com o Amapá; mas até mesmo nas costuras internas de seu grupo, que hoje anda cada um por si, e Deus por todos. Como Aécio não tem mais o bolo para partir, segue cada um cuidando da sua vida.

Desde o império essa é a primeira vez que Minas Gerais não tem um filho seu no núcleo central do poder. Mesmo sendo a segunda bancada na Câmara Federal, o terceiro PIB nacional e berço importante de todos os grandes movimentos da nacionalidade. Nosso Estado anda sem prestígio, sem liderança, e pasmem, sem esperança.

Belo Horizonte. A falta de atenção de Aécio Neves para com Minas, aliada à sua rotineira prepotência quando se trata da política das Alterosas – sim, ele se acha o herdeiro do trono! – traz efeitos imediatos: se engana, por exemplo, quem acha que o governador Fernando Pimentel (PT) está morto: não, não está. Tenho acompanhado algumas pesquisas quantitativas e qualitativas pelo interior do Estado e sim, o homem está bem avaliado.

Outro que cresceu e vem crescendo, aí até com as bênçãos de Pimentel, é o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adalclever Lopes (PMDB), hoje, de longe o homem mais forte no Legislativo e também no Executivo mineiro. O que quero dizer é: Pimentel caminha a passos largos para a reeleição. E pode colocar isso na conta do senador fluminense votado em Minas.

Falando agora da política da nossa capital: eu até tentei entender o que se passa nos bastidores da Câmara de Belo Horizonte, mas confesso que minha capacidade cognitiva é pouca para tal. Meu avô dizia que “ciúme de homem é pior do que ciúme de mulher” e, nesse sentido, creio que o prefeito Alexandre Kalil (PHS) ainda vai sofrer muito com certos integrantes da sua bancada que até hoje andam discursando em cima da caixa de fósforo, se achando o gênio da estratégia política, sendo que na verdade não passa de um embuste fanfarrão com rococós para seduzir deslumbrados.

Em contrapartida, fiel ao seu estilo de fazer para depois falar – ao contrário de João Dória, em São Paulo – tenho gostado do perfil que o prefeito imprimiu nas secretarias municipais: técnicos dando o norte e diagnosticando problemas. Tenho tido, até aqui, muita simpatia com o Kalil prefeito. Simpatizarei mais, quando ele por ordem no jardim de infância e deixar claro que o prefeito é ele, e que quem manda é ele.