A Semana Internacional do Café foi mais uma oportunidade bem aproveitada pela cafeicultura mineira para mostrar sua alta qualidade e diversidade e, como consequência, viabilizar bons negócios. Esta quarta edição reforçou o posicionamento do evento como o maior do setor no país e um dos cinco maiores do mundo. Foi um grande encontro de toda a cadeia produtiva, da lavoura à xícara, para gerar encontros entre produtores e compradores, divulgação de produtos, valorização da qualidade e a expansão dos cafés especiais brasileiros no mercado externo.
Ao mesmo tempo em que a feira de novidades e equipamentos superava expectativas em negócios concretizados, a grande procura nas salas de palestras, cursos e debates deixava claro que os cafés diferenciados deixaram de ser nicho de mercado e se tornaram forte tendência mundial, proporcionando preços melhores e lucros maiores.
Após 2 anos de safras muito baixas, devido à seca que assolou o cinturão cafeeiro mineiro e brasileiro, a perspectiva do setor, para 2016, é de uma produção 14,8% maior do que no ano passado, totalizando aproximadamente 50 milhões de sacas. Das lavouras mineiras devem sair 58% desse total: são esperadas 29 milhões de sacas, produção 29,74% maior.
O cenário é animador e movimenta os negócios. No entanto, seguido a um ano de safra cheia, vem sempre um ciclo baixo. É o movimento natural do café. O acompanhamento da colheita deste ano constatou que o estado vegetativo das lavouras é preocupante para a próxima safra. As plantas foram muito afetadas pelos problemas climáticos dos últimos anos e, somado ao esforço para esta safra abundante, já é possível esperar um reflexo bastante negativo na próxima colheita. Resta saber o quão menor.
Os produtores que administrarem bem o fluxo desta safra alta de 2016, atentando aos custos de produção e à gestão de sua atividade para os próximos tempos, minimizarão as dificuldades futuras e serão menos afetados pelas oscilações do mercado.
O Sistema Faemg, por meio do Senar Minas, oferece uma série de cursos e treinamentos para a capacitação do produtor e do trabalhador rural, visando melhorar a gestão da produção, reduzir os custos e aumentar a produtividade.
Um exemplo é o Café + Forte, programa da Faemg, que proporciona ao produtor conhecimento para administrar a propriedade, por meio da gestão dos custos, fornecendo instrumentos para que ele saiba a que preço está produzindo e qual o melhor momento para comercializar a colheita.
O mercado do café, como ficou demonstrado na Semana Internacional, está ficando mais acirrado, pois mais países estão entrando no negócio e sem imposições ambientais e trabalhistas que são exigidas dos brasileiros. Por isso, nossos cafeicultores devem estar preparados para administrar com eficiência a propriedade, incorporar modernas técnicas de cultivo e comercializar com segurança a sua produção. A procura pelos nossos produtos e o volume de negócios mostrou que estamos no caminho certo.