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Cuidado com o que você come por aí!

Aquela dor de barriga inoportuna pode ser infecção no trato gastrointestinal. De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica, em 2017, foram registrados 133 surtos de intoxicação e 2.014 pessoas ficaram doentes em todo o país.

Segundo a coloproctologista Hilma Nogueira da Gama, as infecções mais comuns são as alimentares, ou seja, causadas por bactérias, parasitas e vírus presentes em alimentos contaminados, principalmente na carne crua, frango, peixe e ovos. “Os diferentes tipos de salmonella são os mais frequentes porque são capazes de viver e multiplicar-se no interior dos intestinos”, afirma.

A médica explica ainda que os sintomas são incômodos e devem ser tratados assim que começam. “Além da diarreia, o paciente costuma sentir náuseas, vômitos, febre, dor abdominal, cólicas e mal-estar”. Esses foram os sintomas que acabaram com as férias do estudante Kaio Silva. Ele diz que é fã de camarão e que quando está na praia não resiste à aqueles espetinhos vendidos à beira mar. E, no último dia, ele abusou da iguaria e acabou passando mal. “Tive diarreia, vômito e só queria ficar deitado. Melhorei após 7 dias utilizando soro e tomando muita água”.

A professora Cintia Santos conta que ela e seu marido foram diagnosticados com intoxicação alimentar quando ingeriram um bobó de frango que continha azeite de dendê. “Eu segui a receita, mas coloquei muito azeite e passamos mal. Tivemos diarreia, vômito e uma fraqueza acentuada. Fomos ao médico e ficamos em observação tomando soro. Após isso, retornamos para casa e permanecemos em repouso com uso de soro e um remédio para repor a flora intestinal”.

Todo cuidado é pouco

Os cuidados com o armazenamento dos alimentos é um dos pontos essenciais para evitar o problema. De acordo com a especialista, identificar os alimentos contaminados não é uma tarefa fácil. “A aparência, gosto e cheiro costumam ser normais”, destaca.

Ela esclarece que a contaminação ocorre devido a forma inapropriada de preparação, armazenamento ou manipulação. “A maioria dos microrganismos pode ser destruída com boas práticas de higiene e fabricação”.

A médica diz ainda que a Anvisa determina várias ações dos restaurantes, mas nem todas são cumpridas à risca. “É preciso observar bem o local onde será feita a refeição. Se a comida fica exposta em temperatura ambiente é mais um alerta, pois estamos em um país tropical. Sempre digo para os meus pacientes que o melhor é optar por alimentos fritos ou cozidos, principalmente, na praia”.

Ela adverte para um item que poucas pessoas prestam a atenção, o suco. “As bebidas também causam problemas, pois, às vezes, a água não é filtrada e a sua produção não cumpre os requisitos de higiene. A água do litoral tem excesso de carbonato de cálcio que é prejudicial à saúde. O ideal é sempre ter água mineral nesses ambientes, inclusive, para as crianças que são mais sensíveis”.

Segundo a médica, a intoxicação alimentar costuma durar de um a 10 dias, mas vai depender do organismo que infectou e das condições de saúde do paciente. “O tratamento pode incluir o uso de antibióticos específicos. Além disso, é necessário fazer repouso, ingerir muito líquido e manter uma dieta equilibrada livre de alimentos gordurosos”.


Parasita na comida japonesa: mito ou verdade?

Sushi, temaki, sashimi, etc. A culinária japonesa caiu tanto no gosto dos brasileiros que a Associação Brasileira de Franchising divulgou que a receita das redes desse segmento deve crescer 13% ainda este ano.

Entretanto, alguns rumores em relação aos cuidados com esse tipo de alimento colocaram medo em alguns apreciadores. A especialista ressalta que os peixes realmente são muito delicados em sua preparação. “Eles devem ser mantidos congelados em temperaturas superbaixas para matar os parasitas, como, por exemplo, a tênia do peixe, também conhecida como doença do peixe cru. Mas, assim como qualquer tipo de alimento, esses precisam de atenção especial, pois são servidos crus em sua maioria”.