Segundo a Organização da Saúde, a dor nas costas atinge cerca de 80% da população no país. Dados da Fundação Oswaldo Cruz apontam que 36% dos brasileiros possuem a forma crônica do quadro. Estima-se que o impacto global causado por esse tipo de dor tenha aumentado 50% desde 1990 até os dias atuais.
Segundo o ortopedista e especialista em coluna do Hospital Felício Rocho, Christiano Simões, tirando a parte genética, os principais motivos para a dor são má postura e sedentarismo. “Quando os sintomas começam a ser frequentes, mudam sua rotina ou te obrigam a usar medicação para alívio, é hora de procurar ajuda especializada”.
A fisioterapeuta Cássia Moreira acrescenta que é preciso observar se a dor está irradiando para os membros inferiores, pois isso demonstra compressão de nervo e é um sinal vermelho. “Além disso, a sensação de queimação pode apontar que a região está fraca e não consegue mais se estabilizar”.
Simões explica que a forma mais simples para não apresentar dor é ter uma musculatura abdominal e paravertebral satisfatória. “Fazer alongamento e atividade física adequada e controlada. Além disso, deve-se evitar colocar a coluna em risco, ou seja, ficar muito tempo na mesma posição, fazer movimentos de rotação, posturas inadequadas no trabalho e em casa”.
A atividade física pode ajudar a evitar e solucionar o problema, mas, requer atenção. “Exercício físico é o melhor caminho para que não haja dor, no entanto, se o paciente já estiver com os sinais ou com o quadro crônico é importante que ele tenha uma avaliação adequada de um especialista”, informa.
Cássia ressalta que é preciso evitar longos períodos sentado ou de pé. “A gente necessita se movimentar para não sentir essas dores, sendo assim, deve-se evitar posturas estáticas. O corpo também precisa dessa movimentação para se tratar, por isso não é indicado repouso, mas sim atividades, como natação e pilates”.
De acordo com a especialista, é preciso sair do sedentarismo e melhorar a postura. “Não existe uma forma ideal, até porque algumas pessoas vão gerar mais sobrecarga nas articulações e, consequentemente, mais dores”.
Ela dá dicas de como ter uma postura correta, principalmente, no trabalho. “É fundamental apoiar os dois pés no chão, quadris e joelhos a 90 graus. No carro, o motorista deve evitar posicionar o banco de uma forma que a perna fique esticada. E quando estiver em pé, o peso deve ser distribuído igualmente nas duas pernas”.
Mudando hábitos
A auxiliar de escritório Rita de Cássia Rocha ignorou as dores que sentia na coluna. “Achei que era normal, visto que ficava muito tempo sentada. Quando começava a incomodar, levantava, esticava um pouco e dava um alívio. Fiquei assim por um tempo até que os alongamentos não aliviavam mais e ficar sentada estava impossível. A dor só passava a base de remédio”.
Ela conta que, um dia, se abaixou para pegar um papel e sentiu uma dor muito forte. “Não conseguia me esticar ou ficar curvada. Fui ao ortopedista e constatou-se uma lombalgia, que ele me explicou ser o termo técnico para dor nas costas”.
Depois do tratamento com medicações, o médico indicou que Rita de Cássia fizesse pilates. “Por mais que tente, fico muito tempo parada no trabalho. E, às vezes, esqueço de levantar e andar um pouco. Comecei o pilates, há 4 meses, e estou amando. Sinto que a minha postura melhorou bastante e desde então não tive mais dor”.