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Primeiros secretários de Zema devem ser anunciados no final desta semana, garante Paulo Brant

Prestes a completar um mês da vitória nas urnas, o novo governo do Estado ainda gera muita especulação sobre o futuro, afinal espera-se que algo diferente aconteça em relação às demais administrações e a principal prova disso foi à eleição de Romeu Zema (Novo), que derrotou dois ex-governadores, Fernando Pimentel (PT) e Antonio Anastasia (PSDB). E para tentar entender como serão os próximos 4 anos, o Edição do Brasil conversou com o vice-governador Paulo Brant (Novo).

Para os cargos de secretários, ainda não se têm nomes definidos e isso deve acontecer no final desta semana. “Estamos conversando com algumas pessoas, mas ainda não batemos o martelo. Essa não é uma decisão fácil, pois secretários não ganham muito e eles devem ficar pelo menos uns 6 meses sem receber”.

Outra mudança que deve acontecer será o corte de cargos comissionados e secretarias. “Hoje temos 21 secretarias e isso deve ser reduzido para 10 ou 11. Neste momento, estamos fechando quais poderão ser unificadas e quem as comandará, porque só com bons secretários conseguiremos alcançar os nossos objetivos. Além disso, é válido destacar que nenhuma demanda ficará sem assistência e isso não vai prejudicar nenhum projeto que já esteja em andamento”.

Dívida de Minas Gerais
Um dos maiores entraves que a próxima gestão terá que lidar será o controle e pagamento da dívida do Estado. Atualmente, estima-se que Minas Gerais deve R$ 94 bilhões para a União – número que, segundo a equipe de transição, pode ser maior. “Ainda não temos os números exatos, mas estamos cientes da dimensão do problema. É muito grave e, neste momento, não cabe achar os culpados, pois já está feito. O que vamos fazer quando assumir é equacionar e resolver. Não existe uma única solução, pois o problema está tão grande que precisa de várias alternativas. Um deles, que o governador já enfatizou, é o acordo com o governo federal, porque sem ele não conseguimos sair do lugar. E já existe uma lei complementar para regularizar esses acordos”.

Além disso, haverá também a redução de despesas e reativação da economia sem aumentar os impostos. “Apenas a redução da máquina pública não é suficiente para sanar as dívidas, mas ela deve ser feita como simbolismo para mostrar que será uma administração austera. Ademais, se a gente tiver um governo confiável, do ponto de vista jurídico, certamente haverá mais investimentos. A solução definitiva é esta: fazer o Estado crescer com investimentos privados já existentes ou de fora”.

Questionado sobre como pretendem se posicionar em relação à Lei Kandir, Brant afirma que esse é um assunto polêmico, pois não há consenso. “Vamos entender melhor essa situação, porque se o Estado, de fato, tiver direito de receber alguma verba, isso vai ser usado como moeda de troca para diminuir o déficit”.

Relacionamento com Brasília
O vice-governador avalia como boa a relação com o novo presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Estamos nos aproximando, tanto que, na semana passada, Zema se encontrou pessoalmente com ele. Também temos uma relação amigável com o presidente do PSL de Minas, Marcelo Álvaro Antônio, que vai intermediar o contato. Imaginamos que será um relacionamento muito harmonioso e Minas está precisando disso, pois durante algum tempo o Estado foi renegado. Além do mais, para fazer alguns investimentos necessários, como as obras da BR-381, no Anel Rodoviário, a ampliação do metrô etc, precisamos de recursos federais”.

Nova ALMG
E não é só com Brasília que o novo governo planeja se dar bem, os deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) também devem entrar na lista. Brant conta que está sendo feito um trabalho de conversa com vários grupos e planeja uma bancada forte. Entretanto, ainda não se sabe quem será o representante do governo na Casa. “A ALMG será fundamental para a nossa gestão, pois sem ela não se consegue fazer quase nada. O projeto de mudança não será exclusivo do governo, mas sim do Legislativo e Judiciário. Vamos criar um pacto por Minas Gerais para tirá-la dessa situação, sem colocar culpa em ninguém”, finaliza.