A Black Friday vai acontecer no dia 29 de novembro, e uma pesquisa realizada pela Opinion Box e Dito mostrou que 66% dos consumidores pretendem comprar nessa data. No ano passado, esse índice era de 75%. Os eletrônicos e informática (26%) são a categoria mais desejada, os eletrodomésticos e eletroportáteis aparecem em segundo lugar (23%), seguido por moda e acessórios (20%) e beleza e cosméticos (18%).
O economista Heldo Siqueira explica que o cenário econômico positivo indicaria um aumento na intenção de compra. “Entretanto, como a situação do consumidor melhorou de maneira geral, talvez tenha diminuído a importância de promoções desse tipo nas decisões de consumo. Outra possibilidade do encolhimento do índice é o ceticismo em relação às promoções prometidas para a data em outros anos e que não tenham se concretizado”.
Conforme o levantamento, para 20% das pessoas que responderam os questionários, a Black Friday brasileira não é confiável, pois percebem que os valores aumentam perto do período ou porque as promoções não possuem nada de diferente dos meses anteriores.
Para Siqueira, a data é o momento em que as empresas tentam diminuir os estoques para se prepararem para as festas de fim de ano. “Esse período tende a ser o momento em que o mercado de consumo está mais aquecido. Neste sentido, é importante para os empreendimentos estarem com mercadorias novas e produtos atualizados, para serem competitivas”.
“Por isso, tentam vender as mercadorias por um preço mais baixo. Este movimento aumenta o caixa das empresas e permite a renovação dos estoques, preparando o comércio para o fim do ano. O aumento do consumo em busca das promoções é um efeito importante, mas secundário do ponto de vista econômico”, complementa.
Ele ainda destaca que acredita que a data seja um termômetro para o Natal. “Mesmo assim, não é possível afirmar categoricamente que as compras de final do ano terão resultados exatamente equivalentes às da Black Friday. Ou seja, é um termômetro, mas também é necessário verificar outras variáveis para ter a dimensão exata do movimento das festas de fim de ano”.
Outros dados
De acordo com o estudo, para 37,8% dos consumidores, a consulta para a compra começa com um mês de antecedência e 32,5% estão pesquisando desde agora. Os marketplaces (42,4%) aparecem como favoritos em locais onde verificar preços, seguido pelos sites de buscas (39,3%) e de lojas (39%). O texto também aponta que 66,4% dos consumidores costumam economizar antes da Black Friday para gastar somente na data. E para a maioria, o principal motivo para aproveitar as ofertas seria para comprar itens de necessidade e de desejo.
Já o canal que pretendem comprar, 58% dizem ser em sites de marcas, 48% em marketplaces, 44% em aplicativos e 30% em lojas físicas. Ainda conforme a pesquisa, 23,2% pretendem gastar mais de R$ 1 mil; ainda não sabe o valor (20,1%); e entre R$ 501 e R$ 1 mil (18,4%). E o cartão de crédito lidera na forma de pagamento (38,3%), seguido pelo cartão de débito (24%), Pix (22,6%) e dinheiro (7,2%).
Precauções
O economista ressalta alguns cuidados para realizar as compras nesta data. “Acompanhar os preços antes da Black Friday para ter certeza de que está comprando com desconto; apurar as condições de pagamento, buscando desconto à vista ou verificando atentamente os juros do parcelamento. No caso da compra em plataformas digitais, além destas observações, certificar-se de que o produto adquirido está de acordo com o que busca; e verificar em mais de uma loja, estabelecimentos físicos e eletrônicos, sempre ajuda a tomar a melhor decisão”.
A professora Ana Paula da Silva Soares pretende aproveitar a data para comprar um notebook. “Estou guardando dinheiro há um tempo com esse propósito. Vou averiguar os preços em uma loja virtual, se não achar atraente, vou fazer outras buscas”. Ela também conta que o principal cuidado que ela tem na Black Friday é sobre os valores. “Pesquisar com antecedência, para fazer o comparativo”.