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Sérgio Santos pretende implementar gestão mais eficiente no Cruzeiro

Tendo como principal bandeira uma gestão mais eficiente e profissional das questões administrativas, com o intuito de melhorar os resultados do time, após organizar o “fora de campo”, o advogado Sérgio Santos é um dos candidatos à presidência no Cruzeiro.         

Para compreender suas propostas, o Edição do Brasil conversou com ele. Santos é formado em direito, com mestrado na área e já foi professor de diversas disciplinas do curso. Além disso, atuou como auditor do Tribunal de Justiça Desportiva e, atualmente, é membro do conselho estadual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). No futebol, ele fez MBA em gestão de entidades desportivas na Escola do Real Madrid e cursos de gestão técnica na Universidade do Futebol e na Confederação Brasileira de Futebol.

Por que você se candidatou ao cargo?

Na verdade, eu já tenho um histórico dentro do clube. Sou conselheiro, superintendente e trabalhava na instituição desde 2009. Saí do Cruzeiro, neste ano, por questões políticas.

Vinha me preparando para o cargo e estudei bastante, pois isso é uma vontade que tenho. Estava apenas esperando uma definição do grupo político no qual participo. A princípio, o candidato seria Zezé Perrella, mas como ele desistiu de concorrer, lançaram o meu nome.

O mundo mudou bastante e o Cruzeiro precisa de um choque de gestão. Hoje, preocupa-se muito em pagar salários e contratar os atletas, mas não se atenta com as finanças da parte administrativa, o que é muito importante.

Se for eleito, o que pretende mudar?

Quero implementar técnicas empresariais, com o intuito de tratar o Cruzeiro como uma grande empresa. Para começar, definir metas; implementar um planejamento estratégico, o que, hoje, o clube não tem; e determinar um orçamento por área. Embora o Cruzeiro seja uma associação, ele é uma empresa que fatura como um grande empreendimento e tem que ser gerido como tal.

Quais são as suas principais bandeiras?

Se pudesse resumir em uma palavra seria gestão. Hoje, os exemplos que temos mostram que se o clube conseguir arrumar as coisas “fora de campo”, fazendo mudanças, como estruturar os departamentos de forma profissional, é possível ter êxitos sustentáveis. Às vezes, o time tem um bom resultado dentro de campo e, no outro ano, precisa vender todo mundo. No primeiro momento, tem-se uma grande receita e gasta-se errado, o que gera um rombo.

Além disso, pretendemos fazer uma melhor gestão da dívida do Cruzeiro, que está muito alta e isso é muito perigoso. Precisamos equalizar esse débito, buscar recursos, conseguir investimento e passar a tomar decisões mais objetivas e menos subjetivas. Isso faz parte da profissionalização a descentralização das decisões.

Algumas pessoas dizem que o Cruzeiro é um cabide de empregos. Você concorda com isso?

Eu não posso dizer se é um cabide de emprego, agora se os dados corresponderem ao que me falam, o clube teria mais de 700 funcionários nas cinco sedes. E isso pode ser um número exacerbado, tanto que pregamos, desde o início, a implementação de uma consultoria de gestão para mapear essas situações. Sei que dentro do clube não tem plano de cargo e salário, então temos que identificar os processos e analisar o que é necessário, ou não.

Como você avalia a gestão do atual presidente?

Eu participei nas áreas de gestão estratégicas e futebol. Então, a principal crítica que eu tenho é a centralização de decisão. Eu sei que o regime é presidencialista, mas o mundo não comporta isso mais. Sempre cito uma frase sobre isto: “As ideias que devem prevalecer são as melhores e não aquelas dadas por quem tem a hierarquia superior”. Isso é algo que precisa ser rediscutido dentro do Cruzeiro. É errado, dentro de um processo de empresa, o presidente ter que autorizar uma viagem do diretor do departamento internacional, por exemplo. O diretor tem que ter um orçamento e saber trabalhar com ele.

E é claro que a gestão deve ser elogiada, afinal somos bicampeão brasileiro. Isso não é pouco, mas não é só ser isso. Além disso, temos que resgatar o prestígio do conselheiro do Cruzeiro e a nossa candidatura é bem alçada nisso. Muitos conselheiros reclamam da falta de prestígio e dificuldade de acesso ao clube.


 Entenda como é a eleição no Cruzeiro

A eleição, que está programada para outubro deste ano, é feita pelos conselheiros do clube. São 220 efetivos, 280 natos e 15 beneméritos, ou seja, 515 no total. Todos têm o mesmo peso e o presidente eleito deve ter a maioria dos votos.