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Algumas observações sobre a metade do ano que se foi

Crise. Que há uma guerra velada entre as instituições da República não resta qualquer dúvida para o observador mais atento da cena político-institucional do Brasil. Ministério Público (que nem Poder constitucional é, mas se arvora como tal), Presidência da República, Legislativo e Judiciário andam em total desconformidade com o que manda o artigo 2º da Carta Magna.

Deixando a política e as paixões ideológicas de lado, a peça acusatória que o Ministério Público apresentou contra o presidente da República é de um ridículo sem limites. O procurador-geral partiu para o tudo ou nada para ter aquilo que eu considero ser, hoje, seu objetivo principal: derrubar Michel Temer (PMDB). E o MP, sobretudo a tal “força tarefa da Lava Jato” não tem medido qualquer consequência para atingir também outros dois objetivos: a desmoralização completa da, 1) atividade política; 2) da classe política; e o que é pior: tudo isso sob o silêncio covarde e cúmplice de parte dos Tribunais Superiores; da imprensa oportunista, míope e burra; e da sociedade que, em última instância, é vítima tanto dos canalhas quanto dos oportunistas de todos os lados, e sim, eles também existem no “parquet”, como seus pavões gostam de se denominar.

A determinação da mediocridade e o abuso sem limite são inimigos históricos da civilização. A desordem causada pela Lava Jato, também nos terrenos institucional, legal e econômico, é assombrosa. Há algo de estupidamente errado num processo que, sob o pretexto de combater a corrupção, faz o país mergulhar numa crise política inédita, garantindo, ao fim, na prática, a impunidade aos grandes corruptores, como foi o salvo conduto que o Ministério Público deu a Joesley Batista, o açougueiro das instituições.

Kalil. Seis meses de governo Kalil e cumpre-nos observar que o prefeito tem se mantido discreto em meio à confusão nacional e estadual, tocando a máquina de forma pessoal e totalmente centrada nele e, pelo que tenho visto, com relativo sucesso. Tenho notado uma atenção especial à saúde pública e à educação, mas creio que chegou a hora do prefeito se ater 1) a situação de abandono e desesperança que abocanha todo o comércio da capital. Precisamos criar incentivos, buscar parcerias, pensar em algo para nos movimentar; 2) a situação de abandono em algumas vias públicas da cidade, tanto em bairros nobres quanto na periferia. Outro dia passava pela Getúlio Vargas, na Savassi: mato e lixo no ponto que já foi um dos mais charmosos da capital. Aliás, vale ressaltar: uma herança do ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB) que foi a destruição da Savassi.

Edição do Brasil. Não poderia deixar de registrar os cumprimentos ao nosso Edição do Brasil pelos seus 35 anos de vida ativa, intelectual, pensante e produtiva. Tenho orgulho de há 5 anos integrar o time de articulistas deste importante canal de comunicação do povo mineiro. Na pessoa do querido amigo Eujácio, grande ícone e guerreiro do nosso jornalismo, cumprimento todos os demais colegas de redação e, principalmente, aos nossos leitores. Vida longa à todos nós!