Home > Artigo > 30 anos do Plano Real

30 anos do Plano Real

Nossos desafios permanecem açoitando a elite empresarial, intelectual e política. É verdade que existe um pessimismo exagerado e insuflado pela polarização recente que se estabeleceu no país. Mas é verdade também que a insegurança jurídica, mesmo após a Constituinte de 1988, permanece como um grande desafio.

Vencemos a inflação, em 1994, com o exitoso Plano Real que propiciou uma inclusão social sem paralelo. Concebido durante o governo de Itamar Franco como Presidente da República, com estudos iniciais do ministro Paulo Haddad, o Plano Real foi implantado em 1º de julho de 1994 com a troca da moeda brasileira. Engana-se, porém, quem pensa que foi apenas uma troca de moeda (coisa que já foi tentada várias vezes anteriormente).

Fernando Henrique Cardoso (FHC) era o ministro das Relações Exteriores e foi convidado para assumir o Ministério da Fazenda em momento crítico após três trocas anteriores. Assessorando-se por economistas que formavam uma grande equipe na PUC Rio, FHC preparou todas as medidas definidas por Pérsio Arida, Pedro Malan e Edmar Bacha. Participaram também outros mineiros como André Lara Resende e Francisco Lopes. Vejam, portanto, como os mineiros foram importantes neste processo.

Naquela época, pude acompanhar os passos iniciais como presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Foi ali também que conheci dois dedicados profissionais da equipe, Clóvis Carvalho e o nosso atual prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman. Ciro Gomes renunciou ao governo do Ceará para assumir o Ministério da Fazenda e Armínio Fraga foi outro importante nome.

Muitas outras providências tiveram de ser implantadas para a consolidação do Plano Real, como o Proer (programa para fortalecimento e garantia do sistema bancário); o plano de privatizações; a negociação das dívidas estaduais, com a desestatização dos bancos dos estados; além das negociações internacionais com o Fundo Monetário Internacional (FMI) conduzidas por Malan.

Até a emenda constitucional da reeleição pode ser incluída como uma medida voltada à garantia dos novos tempos sem aquele que era o pior dos impostos: a inflação. Lembremos, portanto, com orgulho de que unidos somos capazes de vencer os obstáculos.