A aparência física é responsável pela felicidade? Para 51% dos brasileiros, a resposta é sim, segundo pesquisa realizada pela Opinion Box. O conceito de aparência para os entrevistados pode e deve ser mais diverso, já que 65% afirmaram que gostariam de ver mais corpos diferentes nas propagandas. E isso tem a ver com identificação, porque metade dos entrevistados disseram que propagandas estreladas por pessoas mais parecidas com elas podem influenciá-las mais a comprar algo.
Segundo a especialista em estética, Victória Mezêncio, além da busca por uma nova aparência, o crescimento dos procedimentos estéticos também tem a ver com o bem-estar geral. “Os procedimentos estéticos devem sempre estar combinados à adoção de hábitos de vida mais saudáveis, o que impacta diretamente na qualidade de vida da pessoa. Acredito que a estética é uma importante aliada da saúde individual, e cada vez mais os indivíduos têm apresentado outros hábitos quando buscam os procedimentos. Eles querem valorizar o que possuem de melhor em si, sem que isso necessariamente signifique ceder a grandes pressões estéticas”.
Mercado de estética
O Brasil é um grande consumidor do mercado de beleza e estética. Segundo a consultoria Mordor Intelligence, o tamanho do mercado de dispositivos estéticos no país deve crescer de US$ 0,94 bilhão em 2023 para US$ 1,57 bilhão em 2028. O aumento se dá por conta da alta na busca de procedimentos estéticos cada vez mais modernos, minimamente invasivos e com resultados de alta performance.
Um estudo do Serviço de Proteção de Crédito (SPC Brasil) revelou que 70,4% dos consumidores gastam dinheiro com produtos ou serviços de beleza, e que 65,7% concordam com a ideia de que cuidar da beleza não é luxo, mas uma necessidade. A pesquisa indica que a vaidade é parte da característica da maioria dos brasileiros, visto que 62,7% consideram-se pessoas vaidosas.
Aparência física é importante?
Segundo a psicóloga Bruna Belo, o que é fisicamente atraente hoje, é diferente do que no século passado. “Isso também perpassa através dessa cultura, os modelos midiáticos, e também o que é considerado atraente dentro de uma perspectiva de gênero para homens e mulheres. Acho muito mais interessante você sentir-se atraente, seja fisicamente ou como um combo de características que faz uma pessoa ser atraente”.
Bruna explica que a psicologia busca trabalhar a autoestima da pessoa para garantir mais confiança. “A gente ajuda muito a trabalhar essas questões individuais para que ela possa agir através de fatos e não de percepções distorcidas que foram aprendidas ao longo da vida”.
Ela finaliza dizendo que a felicidade está relacionada às conexões durante a vida. “Um estudo de Harvard apontou sete caminhos para encontrar a felicidade que são: o exercício físico, a espiritualidade, contato com o novo, dedicar ao outro, a conexão com as pessoas, álcool sem exageros e negatividade longe”.