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30% dos consumidores que presentearam nas festas de fim de ano possuíam dívidas

15% daqueles que compraram presentes para as comemorações ficaram com o nome sujo | Foto: Divulgação/Internet

Dezembro é umas das melhores datas para o comércio varejista e sempre aquece as vendas no fim de ano, afinal, as festividades do mês têm tradição e forte apelo afetivo. No entanto, muitas pessoas não economizaram nas lembranças nessa época e acabaram gastando mais do que deveriam. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise, identificou que 30% dos consumidores que presentearam terceiros possuíam contas em atraso, sendo que 67% estavam com o nome sujo.

O estudo também apontou que 27% dos que compraram presentes no final do ano gastaram mais do que podiam, enquanto 7% deixaram de pagar alguma conta para adquirir os presentes, outros 8% fizeram o mesmo para conseguir participar das comemorações de Natal e 6% das festividades de Ano Novo.

Na avalição dos consumidores, as principais contas que deixaram de ser pagas para comprar presentes para as festas são a TV por assinatura (24%), cartão de crédito (20%), internet (20%), financiamento de carro ou moto (13%) e conta de água/luz (11%).

Gastos excessivos

José da Costa: “O recomendável é não comprar por impulso”

O presidente da CNDL, José César da Costa, destaca a importância de resistir aos excessos de consumo para evitar entrar 2022 com mais dívidas. “O recomendável é não comprar por impulso e planejar as despesas de acordo com o orçamento, sempre priorizando a quitação de contas. O início do ano é sempre uma época de gastos extras como impostos e material escolar dos filhos, por exemplo. Fazer uma lista prévia do que se deseja e pesquisar preços são as atitudes mais indicadas para não extrapolar as finanças”.

De acordo com levantamento recente do Serasa, o Brasil possui cerca de 62 milhões de pessoas em situação de inadimplência. Conforme a pesquisa da CNDL, 15% dos consumidores que realizaram compras no fim de 2020 ficaram com o nome sujo por causa das dívidas pendentes, sendo que 6% já limparam o nome e 8% ainda estão negativados. Em média, o valor das dívidas é de R$ 1.041,53, com aumento de R$ 491 frente a 2020, em que o valor foi de R$ 550,50.

“É compreensível o apelo ao consumo em dezembro, mas a pessoa deve gastar de acordo com sua realidade financeira. Se há dívidas a pagar, assumir novos compromissos poderá piorar ainda mais este quadro. O ideal é restringir os gastos e equacionar as contas em atraso em primeiro lugar”, alerta Costa.

Ele acrescenta que vale a pena planejar-se antes de sair de casa. “Avaliar o orçamento disponível para as compras, elaborar uma lista com as pessoas a serem presenteadas e evitar que a empolgação do momento interfira nas decisões financeiras são itens fundamentais”, finaliza.