A preferência pelo deputado estadual Mauro Tramonte (PRB) à sucessão da prefeitura de Belo Horizonte, em 2020, é de 24%. Contudo, seus amigos não podem comemorar o sucesso do parlamentar.
Filiado ao partido Republicanos, ele, mais do que ninguém, sabe que sua sigla tem um “supercacique”. Isso porque, em Minas Gerais, quem dá o tom aos acontecimentos é o influente parlamentar federal Gilberto Abramo, ex-deputado estadual, homem forte da Igreja Universal, no eixo Minas/São Paulo, orientador da TV Record mineira e presidente do PRB.
Como se não bastasse tudo isso, existem informações de bastidores que apontam um interesse pelo poder tanto nos meandros da prefeitura de Belo Horizonte, assim como em Contagem. Lá, Abramo foi, segundo fontes, consultado e até mesmo influenciador em alguns tópicos ao longo dos últimos 3 anos.
Pesquisa CDL
Semana passada, Tramonte concedeu entrevista à Rádio Itatiaia, afiançando que seu futuro político só vai ser discutido no final de janeiro. Mesmo ocupando a segunda posição na sondagem de votos, ele prefere cautela. Pessoas próximas entendem o motivo dessa prudência: ele foi eleito por conta do grupo ligado à Record, no qual comanda um programa de muita popularidade.
Então, caberia a essas pessoas aprovarem a participação dele nas eleições do próximo ano ou aconselhá-lo a deixar o embate para uma próxima oportunidade. Com isso, ficaria intacta a popularidade do parlamentar, eleito com mais de 500 mil votos, 220 mil deles só em Belo Horizonte. Aliás, ele é o único com esse resultado na história recente de Minas.
Quem continua sem sequer falar de sucessão é o prefeito Alexandre Kalil (PSD). Ele está no alto do pedestal, pois tem boa popularidade na sua administração. No que se refere à pesquisa eleitoral, realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), o chefe do Executivo surge em primeiro lugar, com 36% de preferência. Em seu círculo de amizade, há uma convicção: em time que está vencendo, não se mexe.
A pesquisa da CDL/BH aponta que 2019 termina com o seguinte resultado: Kalil em primeiro, Tramonte em segundo e, para a surpresa de todos, João Vítor Xavier (Cidadania) com apenas 3%. O deputado está percorrendo a periferia da cidade desde o meio do ano e tem se declarado pré-candidato a todos. Mesmo assim, o parlamentar mantém um bom contato com partidos importantes como o Democratas, Patriotas, PR, PTC, entre outros.
O deputado federal Patrus Ananias (PT) também apresenta um percentual de 3% na análise. A baixa popularidade surpreendeu a todos de seu grupo. Por isso, a disponibilidade dele enfrentar a disputa pela PBH passou a ser uma ideia remota.
No entanto, é bom destacar que o próprio PT não sabe qual será seu papel na sucessão da capital mineira no ano que vem. Os influentes nomes da sigla devem esperar pelo resultado das inúmeras reuniões da legenda, entre janeiro e março, para então buscar um nome de consenso entre as três alas que vão disputar espaços nos meandros petistas.