
O duelo verbal entre o presidente Lula (PT) e o governador Romeu Zema (Novo) é o prenúncio do que estar por vir no pleito eleitoral do próximo ano. Especialistas apostam que haverá críticas de ambos os lados de maneira cada vez mais recorrente. “Isso tudo faz parte do jogo político, contudo, espera-se o mínimo de civilidade nesses embates para evitar uma escalada de palavras de desaforo entre as partes, em um quadro que já é de plena hostilidade”, comentou o cientista político Malco Camargos.
Para a crônica política nacional, o governador mineiro está mais incisivo em suas elocuções, a partir de uma recente observação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enfatizando que a popularidade de Zema é reconhecida apenas em Minas Gerais. É como se o ex-presidente tivesse o arrolado como um nome de voos curtos, um político de possibilidades paroquianas. A constatação de Bolsonaro acendeu uma espécie de sinal vermelho, e, ao invés de recuar, o chefe do Executivo estadual passou a ser mais determinante em suas incursões públicas.
Observações dos jornalistas de Brasília insinuam que Romeu Zema está buscando ampliar o seu espaço no campo ideológico da direita, cujo segmento é de uma fragmentação colossal. Isso por conta dos nomes inseridos nessa pré-disputa à presidência da República em 2026, tendo como prioridade a preferência pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); o governador do Paraná, Ratinho Júnior; e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). A lista cresce diante da pretensão de mais pessoas como o cantor Gusttavo Lima e o empresário Pablo Marçal.
Duelo Lula/Zema
A cena protagonizada na semana passada, quando as críticas entre os dois dirigentes Lula/Zema vieram à baila, apontou-se a respeito de investimentos de Brasília para atender às demandas dos mineiros. Do ponto de vista prático, não existe grandes feitos do governo de Brasília, a não ser promessa de investimento direto na construção de trecho da BR-381 entre Sabará/Caeté, expectativa em relação a valores para transformar o antigo Aeroporto Carlos Prates em centro de habitação e lazer, expectativa de aporte para melhorar acessos no Anel Rodoviário e verba destinadas às Universidades e algumas instituições de ensino no Estado.
Relativamente ao governador Zema, com seu eloquente discurso, cabe externar que sua gestão começou com um milionário aporte de recursos financeiros da Vale, por conta da reparação da empresa pelo desastre em Mariana. À época, ele deixou de pagar a dívida do Estado com o governo federal, fazendo o valor aumentar e chegar a mais de R$ 130 bilhões.
A exemplo de Lula, o governador de Minas também não tem muitas realizações perceptíveis perante os olhos da população. As reclamações contra ele se concentram no setor de saúde, pois, apesar de promessa de campanha, não conseguiu concluir as obras do Hospital Regional em Divinópolis, Valadares e Montes Claros.