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Uso de tadalafila como pré-treino em academias pode ser prejudicial

Foto: Freepik.com

O uso de substâncias para potencializar o desempenho físico nas academias tem se tornado cada vez mais comum, e a tadalafila tem ganhado destaque entre os praticantes de atividades físicas. No entanto, especialistas alertam para os riscos e malefícios dessa prática.

A tadalafila é um medicamento vasodilatador que atua relaxando os vasos sanguíneos, aumentando o fluxo de sangue para áreas específicas do corpo. No contexto médico, seu uso é recomendado principalmente para tratar disfunção erétil e hipertensão pulmonar, mas não há evidências científicas que comprovem que ele seja eficaz para melhorar o desempenho atlético em pessoas saudáveis.

De acordo com o urologista e especialista em disfunção erétil, Marcos Silva, a tadalafila “aumenta o fluxo sanguíneo para os órgãos genitais e, em alguns casos, melhora a ereção, mas sua utilização indiscriminada pode trazer sérios riscos à saúde, principalmente se usada por quem não necessita da substância. Ademais, o uso contínuo sem recomendação pode levar à dependência psicológica do medicamento, fazendo com que a ereção ocorra apenas com a sua ingestão”.

Em academias, a busca por métodos para dar uma turbinada nos treinos levou muitas pessoas a se automedicarem. O cardiologista Rubens Carvalho explica que a principal contraindicação ocorre em pessoas que utilizam outros medicamentos com nitratos, pois a combinação dessas substâncias pode resultar em uma queda excessiva da pressão arterial. “Além disso, o aumento do fluxo sanguíneo não é algo que vá diretamente melhorar o desempenho muscular, o que pode gerar uma falsa sensação de benefício”.

Outro problema apontado é o efeito colateral que pode ocorrer com o uso inadequado, como dores de cabeça, tonturas, problemas digestivos e até alterações na visão. “O risco de complicações é real. Pessoas que não têm indicação médica para o uso de tadalafila podem experimentar uma série de efeitos adversos, e em casos extremos, a ingestão indiscriminada pode levar a um colapso cardiovascular”, alerta Carvalho.

A pressão para alcançar resultados rápidos também é um fator que leva muitas pessoas a buscarem substâncias para melhorar os treinos. No entanto, a promessa de ganhos instantâneos pode gerar um efeito “placebo”, em que o indivíduo acredita que está obtendo benefícios, quando na realidade a substância não é adequada para aquele propósito.

A nutricionista Cristina Souza explica que o uso de medicamentos sem orientação pode prejudicar ainda mais a saúde, uma vez que pode levar o praticante a negligenciar os métodos naturais e eficazes para melhorar o desempenho físico, como uma alimentação equilibrada e treinamento adequado. “O uso desses fármacos, como a tadalafila, pode gerar uma falsa sensação de melhora, quando, na verdade, é o treino e a alimentação que estão dando resultado. Esse tipo de automedicação desvia o foco do cuidado com o corpo, trazendo consequências sérias a longo prazo”.

Especialistas destacam que o acompanhamento médico e nutricional é fundamental para qualquer pessoa que deseje melhorar seu desempenho físico de forma saudável e segura. A automedicação deve ser evitada a todo custo.

Silva enfatiza a importância de consultar um médico antes de tomar qualquer tipo de substância para potencializar os treinos. “Existem formas muito mais seguras de melhorar a performance esportiva, como o uso de suplementos específicos e uma rotina de treino bem estruturada. O uso indiscriminado de medicamentos coloca a saúde em risco e não traz benefícios duradouros. O desempenho físico deve ser conquistado com disciplina, paciência e cuidados com o corpo, sem recorrer a atalhos prejudiciais à saúde”.