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Franquias projetam alta de até 10% no faturamento este ano

Segmento de alimentação foi um dos destaques no ano passado / Foto: Freepik.com

O setor de franquias espera mais um ano de crescimento em 2025. A expectativa da Associação Brasileira de Franchising (ABF) é encerrar o ano com uma expansão entre 8% e 10% no faturamento. Além disso, a entidade prevê um aumento de 2% nos indicadores de operações, redes e empregos diretos.

“Caso o cenário econômico continue favorável ao consumo, as projeções podem ser superadas. Com o desemprego em níveis historicamente baixos e a massa salarial elevada, a manutenção do poder de compra da população pode impulsionar a demanda por produtos e serviços, beneficiando diretamente as redes de franquia. Além disso, o aumento da confiança do consumidor e do empresário pode estimular novos investimentos e a abertura de unidades franqueadas”, explica o diretor regional da ABF em Minas Gerais, Antônio Bortoletto.

O especialista em franquias, Lucien Newton, avalia que, para um desempenho acima da meta, os investimentos em inovação, tecnologia e adaptação às novas demandas do consumidor devem ser contínuos. “A digitalização das operações, o uso de dados para personalizar a experiência do cliente e a expansão de modelos híbridos serão fundamentais. A internacionalização de redes brasileiras, como já ocorre com o açaí, pode abrir novas fronteiras e impulsionar o crescimento”.

“Outro fator será a capacidade de atrair novos empreendedores, especialmente por meio das microfranquias, que têm um apelo maior para quem deseja empreender com menor risco. A consolidação de marcas fortes e a profissionalização do setor continuarão sendo diferenciais para manter a confiança dos investidores e consumidores”, acrescenta.

Segundo Bortoletto, a eficiência operacional conquistada pelas redes em 2024 também pode ajudar a superar a meta. “Após um período de ajustes e otimização de processos, muitas franquias podem estar mais preparadas para acelerar sua expansão, aproveitando oportunidades estratégicas de mercado. Fatores externos, como a estabilidade cambial, o controle da inflação e incentivos ao empreendedorismo, podem criar um ambiente propício para um crescimento acima do esperado”.

Os números são considerados conservadores devido à perspectiva de novas altas da taxa Selic, ao crescimento mais moderado do Produto Interno Bruto (PIB), à pressão inflacionária sobre o poder de compra dos consumidores e aos reflexos nos índices de confiança de empresários e consumidores. Além disso, há incertezas no cenário internacional e oscilações no câmbio.

O diretor da ABF destaca que esse aperto pode gerar mais pressão sobre a gestão financeira das franqueadoras e unidades franqueadas, dificultando novos investimentos. “Atenção à gestão financeira, busca por eficiência operacional e ajustes nos negócios permanecem fundamentais. Do lado do consumidor, esse contexto tende a dificultar o acesso ao crédito e comprimir os orçamentos, exigindo adaptações nos negócios e a busca por novos públicos e mercados”.

Crescimento em 2024

O mercado registrou um crescimento nominal de 13,5% em 2024, alcançando um faturamento de R$ 273 bilhões e superando a expectativa inicial de 10%. No último trimestre do ano passado, houve uma expansão de 11,3%, totalizando R$ 81 bilhões.

De acordo com Newton, a retomada definitiva do consumo presencial após a pandemia foi um dos principais motores desse desempenho. “Segmentos como entretenimento e lazer (16,6%), saúde, beleza e bem-estar (16,5%) e alimentação (16,1%) se destacaram, impulsionados pela demanda reprimida e pela busca dos consumidores por experiências presenciais. A ascensão das microfranquias, com investimentos iniciais mais acessíveis, permitiu que mais pessoas ingressassem no mercado, ampliando a base do setor. A inovação das redes franqueadoras, que se adaptaram às novas demandas do consumidor, a profissionalização do setor e a confiança no modelo de franquias, que reduz riscos para os empreendedores, também contribuíram para esse crescimento expressivo”, conclui.