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Indicador coloca BH como a terceira melhor capital em qualidade de vida

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

A cidade de Belo Horizonte alcançou uma marca importante ao ser reconhecida como a terceira capital brasileira mais progressista de 2024 no Índice de Progresso Social (IPS). O ranking avalia o desempenho de cidades em uma série de indicadores sociais e ambientais, destacando as áreas que mais contribuem para o bem-estar da população. O IPS se estrutura em três pilares principais, pensados para capturar o progresso social de maneira abrangente: Aspectos Essenciais (foca no acesso a necessidades primárias como saúde básica, nutrição e segurança), Elementos de Bem-estar (considera aspectos como acesso à educação e condições de vida sustentáveis), Oportunidades e Liberdades (avalia a liberdade individual e a proteção dos direitos civis).

A facilidade de acesso à informação, a saúde e bem-estar da população e a grande quantidade de áreas verdes foram aspectos chave para a excelente colocação de Belo Horizonte. A socióloga Andreia Lima diz que Belo Horizonte tem se destacado no acesso a serviços de saúde de qualidade, principalmente no atendimento básico e preventivo. “O município tem investido em Unidades de Saúde da Família (USF), que atuam como o primeiro ponto de contato entre os moradores e os serviços de saúde. Além disso, a cidade tem se destacado na saúde mental, com a implementação de serviços especializados, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), para atendimento de pessoas com transtornos mentais, e programas de bem-estar psicossocial”.

Para a urbanista, Michele Silveira, Belo Horizonte também tem se destacado por políticas voltadas à sustentabilidade urbana, como a gestão de resíduos sólidos, o plantio de árvores e a recuperação de áreas degradadas. “O Plano Diretor de Arborização, por exemplo, visa ampliar a cobertura vegetal da cidade, com ênfase na arborização de ruas e calçadas, e a promoção de soluções sustentáveis para o crescimento urbano”.

 

Desafios a superar

No entanto, apesar dos progressos notáveis nas áreas de saúde e comunicação, a cidade ainda enfrenta desafios, especialmente em relação à infraestrutura habitacional e à segurança alimentar. Essas questões ainda demandam esforços para que Belo Horizonte consiga proporcionar uma qualidade de vida superior a todos os seus habitantes.

Michele explica que a cidade tem experimentado um crescimento populacional acelerado, o que gera uma pressão crescente sobre a infraestrutura urbana. “A urbanização desordenada, principalmente nas áreas periféricas e em regiões com planejamento urbano precário, leva ao surgimento de favelas e ocupações irregulares. Muitas dessas áreas carecem de serviços básicos, como saneamento, fornecimento de água potável, pavimentação e até mesmo iluminação elétrica adequada”.

Já Andreia ressalta que o aumento constante dos preços dos alimentos básicos, como arroz, feijão, frutas e verduras, tem agravado a situação de insegurança alimentar. “A inflação e os impactos econômicos de crises globais e locais dificultam o poder de compra das famílias, tornando mais difícil o acesso a alimentos saudáveis e nutritivos. O combate à fome ainda é insuficiente, a falta de uma rede integrada de distribuição de alimentos, com foco em uma alimentação saudável, contribui para a escassez de alimentos frescos e nutritivos em áreas de maior vulnerabilidade”.

Ela acrescenta que o destaque de Belo Horizonte pode ser atribuído ao esforço contínuo da administração pública em melhorar a qualidade de vida de seus habitantes. “A cidade tem adotado uma abordagem integrada, buscando equilibrar o desenvolvimento urbano com a sustentabilidade, a saúde e a inclusão digital, porém, enfrentar os problemas de infraestrutura habitacional e segurança alimentar na capital exigirá uma abordagem multidimensional, com a colaboração de todos os setores da sociedade e investimentos estratégicos a longo prazo”.