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Sobre políticos mais idosos

Avaliado como um homem público de caráter íntegro, o presidente dos Estados Unidos, o republicano Joe Biden, não teve outra alternativa senão renunciar a sua pré-candidatura à reeleição ao posto presidencial nas eleições americanas. Aos 82 anos, o velho político do país mais rico do mundo percebeu que, embora contra sua vontade, não tinha condições de continuar nutrindo a expectativa de participar da disputa. Os especialistas dizem que o envelhecimento das pessoas com grandes responsabilidades costuma ser mais intenso.

É sempre bom rememorar que o político mineiro Tancredo Neves, eleito e não empossado presidente do Brasil, foi internado no dia de sua posse, vindo a falecer meses depois, no dia 21 de abril de 1985, aos 75 anos de idade. E tudo isso aconteceu, segundo familiares, por conta de uma caminhada penosa, complexa e de intensos debates durante a sua campanha, levando o político à exaustão. Ele, conforme se constata, deixou de atender às recomendações de ser mais comedido com sua frenética agenda pública, teimosia que custou a sua própria vida.

Agora vem à tona a situação do presidente Lula (PT). Convalescente, por conta de uma cirurgia craniana, parece que o resultado da intervenção cirúrgica foi satisfatório e tudo caminha para a normalidade. Mas, aos 79 anos, o mundo político já indaga como vai estar o estado de saúde do dirigente da nação depois desse episódio. Propala-se, por exemplo, se ele teria condições de continuar na vida pública. Afinal, os compromissos de quem exerce a Presidência da República são desafiantes.

Por falar na saúde dos homens públicos, convém ressaltar os fatos registrados em relação ao prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD). Mesmo tendo se curado de um câncer, ele continua na mira da comunidade médica, por conta de resquícios da doença, além de um quadro de pneumonia recente. Do alto dos seus 77 anos, o chefe do Executivo tem apresentado um quadro visível de melhoria, mas diante de tudo que aconteceu, dificilmente terá a mesma destreza do passado.

Essa realidade de saúde/hospitalar, dos políticos mais idosos pode ensejar os eleitores a uma reflexão: optar pela experiência, mesmo que correndo o risco de se repetir essas situações de agora, ou definir os seus votos escolhendo pessoas mais jovens, sem tirocínio para os cargos do Executivo? É conveniente usar o bom senso na hora de depositar o sufrágio nas urnas.