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BH, esquerda e direita

Passado o período eleitoral, as pessoas poderão conviver no seu dia a dia em Belo Horizonte sem a perturbadora discussão política ideológica entre a esquerda e direita, que alimenta o ódio e causa controvérsia entre amigos, parentes e até mesmo apoiadores de candidatos. Sendo assim, a reeleição do prefeito Fuad Noman (PSD), por ser um nome sem vínculo ideológico tão aguçado, pode ser um divisor de águas nesse debate.

Em verdade, o candidato colocado em segundo lugar no pleito à Prefeitura de BH, Bruno Engler (PL), sempre fez questão de defender o conservadorismo mais extremo, pontuando ser um homem público da “direita”. Pelo resultado das urnas, os belo-horizontinos não estão dispostos a servirem de cobaias para coadunar dessa visão de mundo específica.

Aliás, o pleito em outras grandes cidades brasileiras, como São Paulo, mediante a reeleição do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), mostrou que a democracia não é e nunca foi uma peça de brinquedo, para servir de divertimento aos interessados no poder. É a via do debate livre que serve de ligação com resultado positivo a quem se predispõe a convencer os eleitores pelo diálogo. As redes sociais, caminho fértil para turbinar as notícias inverídicas, contribuem para incrementar o embate entre esquerda e direita, realidade bem distante de ser uma preferência de nossa gente simples.

É factível prever que daqui a dois anos, no pleito majoritário, lulismo e bolsonarismo irão perder significância perante a opinião. Para o bem de todos, que sejam ofertadas propostas de governo, razão maior para um cidadão escolher em qual candidato votar. Não é concebível que promessas vazias tenham a prevalência sobre as teses concretas de quem tem projeto para justificar plenamente a incursão no pleito.

A nossa gente mineira não chega a ser doutrinada por pensamentos mesquinhos. Tem a liberdade para saber escolher o melhor e definir os nomes dos seus representantes. Porém, essa verdadeira guerra de posições radicais não está no subconsciente dos nossos coestaduanos, tanto que muitos candidatos do PL e PT foram rechaçados, partidos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao presidente Lula, respectivamente.