
As cidades históricas de Diamantina, Serro, Catas Altas e Caeté, da região Central, vão receber, no mês de outubro, o projeto “Cartografias”. Realizado pelo Grupo Contemporâneo de Dança Livre, o evento combina dança, poesia e audiovisual, com uma programação gratuita e diversificada, que inclui bate-papos, oficinas e apresentações.
O projeto é uma obra de improvisação em dança, construída a partir da investigação de novas formas de territorialidade e intercâmbios à distância entre artistas de cinco países da América Latina. Inspirado no poema “Un mar” da mexicana Irma Pineda, o espetáculo propõe um diálogo entre corpo, cidade e cruzamentos culturais. Além das apresentações presenciais dos bailarinos Duna Dias, Heloisa Rodrigues, Leonardo Augusto e Socorro, serão projetadas imagens de 15 artistas convidados do Brasil, Costa Rica, Colômbia, México e Peru, dançando simultaneamente.
A diretora, bailarina e produtora, Duna Dias, explica que a ideia do espetáculo surgiu a partir de um projeto chamado “Reencontros Poéticos”. “Nosso grupo começou a desenvolver esse trabalho durante o período da pandemia, com vários artistas de outros países. A partir de um processo de alguns meses, a gente passou a desenvolver improvisações, em duplas, trios e grandes grupos, até chegar na ideia desse espetáculo atual”.
“Essa é a primeira vez que fazemos um projeto de circulação em Minas Gerais, que também contempla a parte formativa de bate-papos e oficinas. A gente já fez apresentações em festivais, temporadas on-line, e espetáculos, no formato presencial, no Mato Grosso do Sul e Goiás, mas com um grupo menor. Porém, como esse, com o elenco completo, é a primeira vez”, ressalta Duna.
A obra
“Cartografias” é uma obra de improvisação em dança construída a partir de três pilares principais: a investigação de novas formas de territorialidade, intercâmbios à distância entre os artistas convidados e o trabalho com poemas escritos por mulheres indígenas latino-americanas.
A assistente de produção e dançarina, Heloisa Rodrigues, destaca que o espetáculo propõe um grande encontro entre múltiplas territorialidades. “Promovendo uma reflexão, que explora nossas diferenças e celebra o que temos em comum com nossos irmãos latino-americanos. Os laços criados no processo de criação desse trabalho, fortalecem nossa identidade latina enquanto exaltam as diferenças culturais existentes entre os países participantes”.
“Outro ponto muito importante é a realização de projetos culturais no interior e fora dos grandes centros urbanos. Para que haja uma real democratização da arte, uma vez que grande parte da população não costuma ter acesso a dança contemporânea no seu cotidiano. Isso contribui para a formação de novos públicos e para que haja de maneira descentralizada uma programação que envolva arte, cultura e lazer”, pontua.
Oficinas
O projeto oferece oficinas gratuitas intituladas “Dança, Vídeo e Poesia” em cada cidade visitada. O intuito é explorar a interseção entre essas três linguagens artísticas, promovendo a criatividade e a expressão individual. Conduzidas pelos bailarinos, as oficinas incentivam os participantes a experimentarem o movimento corporal em diálogo com elementos poéticos e audiovisuais, enriquecendo a compreensão e a prática da dança contemporânea.
O objetivo é introduzir os participantes no universo de relações entre a dança e o vídeo, tendo como mote a exploração de poemas, afirma Heloisa. “Esperamos propor um momento de experimentação onde os participantes vão produzir pequenos vídeos a partir das linguagens da dança e da poesia. A oficina é aberta a todos os interessados e não é necessário ter nenhuma formação prévia para participar”.