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Decisões que influenciam o futuro

Aproximam-se as eleições municipais de 6 de outubro, candidatos já lançados, propaganda gratuita de TV e rádio já no ar, santinhos e cartazes já nas ruas, mensagens nas redes sociais já divulgadas e impulsionadas. É uma história que se repete no regime democrático com alterações no sistema eleitoral ainda insuficientes para uma adequada escolha que se reflete em 4 anos da vida cotidiana influenciando o futuro das cidades.

Mais uma vez, entretanto, os falsos profetas, os hipócritas, os mentirosos, os despreparados e os sem caráter tentam iludir a população. Cuidado é o mínimo a orientar o voto para que não fiquem depois colocando a culpa de tudo na política. Os eleitos agirão em nome da população que os eleger, é preciso repetir sempre.

A desmoralização da política é uma tática conhecida dos radicais de esquerda ou de direita. Quantas boas lideranças deixam de disputar uma eleição não querendo se misturar? Quantas obras são paralisadas, quantos programas bons são descontinuados quando os eleitos se acham verdadeiros monarcas? Procure conhecer a história dos candidatos, seu compromisso com a verdade e a honestidade. O preparo é fundamental, afinal, serão 4 anos pela frente e não podemos perder tempo com experimentos. Ao mesmo tempo, é preciso ter coragem para enfrentar forças do atraso e do mau caratismo.

Recentemente, em um programa jornalístico, fui indagado sobre pontos importantes do meu mandato de prefeito de Belo Horizonte de 1990 a 1992, substituindo Pimenta da Veiga que havia se afastado por exigência legal para disputar o governo estadual. Foram apenas 2 anos e 9 meses e com uma equipe competente consegui obter 82% de aprovação popular. A alteração de leis fiscais e sua modernização, com o uso de tecnologias avançadas como o Geoprocessamento, permitiu que a prefeitura invertesse o perfil de receitas que era de apenas 1/3 de receitas próprias para 2/3, e a aplicação dos recursos beneficiasse as regiões mais necessitadas da cidade.

A efetiva implantação das Administrações Regionais trouxe mais agilidade e menos burocracia com os Postos PSIU, hoje renomeados para UAI. Cumprindo a municipalização prevista pela Constituição de 1988, a prefeitura investiu 32% do orçamento em educação com eleição direta de diretores de escolas, Colegiado Escolar, 42 novas escolas, 2.577 novos professores concursados, criação de três escolas especiais para deficientes e 44,54% de aumento no número de alunos que passou de 115.919 para 167.555.

Na Saúde, tivemos a coragem de assumir os Postos de Saúde estaduais e avançamos de 55 para 116 unidades (hoje UBS). As Policlínicas (hoje UPA) triplicaram de número, foi criado um novo Pronto-Socorro Municipal com CTI infantil no Hospital Odilon Behrens e um pioneiro Pronto-Socorro Odontológico. As vilas não foram esquecidas e centenas de novos profissionais foram contratados.

Na Infraestrutura foram 13 lotes do Programa Participativo de Obras Comunitárias, precursor do Orçamento Participativo. Foram drenagens, canalizações de córregos poluídos e construção de 19 avenidas sanitárias, como a Avenida Saramenha, asfaltamento e duplicação de vias como a Via do Minério no Barreiro e a Avenida Vilarinho em Venda Nova. O Arrudas teve obras continuadas e expandidas. A Pampulha teve importantes obras de saneamento que possibilitaram até a volta de barcos turísticos.

No transporte, criamos e assumimos o gerenciamento com a BHTrans antes na alçada estadual com a Metrobel. O metrô estava com obras de implantação paralisadas na Praça da Estação e foi reiniciado com gestões junto ao governo federal chegando até a Estação do Horto. Viadutos foram concluídos, como da Avenida Francisco Sales, e a última obra de grande relevância na Zona Sul foi realizada com a Trincheira da Raja Gabaglia, concluída pelo governo estadual de Helio Garcia.

As creches conveniadas passaram de 63 para 139, Albergue Noturno foi instalado, obras da Urbel no programa “Vila Melhor” trouxeram melhores condições para nossa população carente. Mais de 27 novas Praças de Esporte foram construídas e a Associação Municipal de Assistência Social (AMAS), entidade de caráter filantrópico, teve papel relevante na mobilização do terceiro setor para enfrentar as carências de então.

Tenho muito orgulho em lembrar dos avanços na área ambiental. Fizemos o tombamento da Serra do Curral, criamos o Parque do Paredão da Serra que junto com o Parque das Mangabeiras e o fechamento de mineração significou a preservação efetiva. Criamos a Fundação Zoobotânica e a área verde evoluiu de 4,2 m² por habitante para 18,8 m². Com criatividade, a Praça da Liberdade e o Parque Municipal passaram por recuperação completa e restauração pela iniciativa privada em programa que contou também com parcerias em 23 áreas verdes e parques.

O Parque JK e o Parque Santa Lúcia deixaram de ser áreas insalubres e lamacentas para serem novas regiões de lazer e esporte. Atitudes corajosas são necessárias e a transferência da Feira de Artesanato para a Avenida Afonso Pena aos domingos foi um marco importante no turismo. O Procon passou a existir.

Limpeza urbana é um dos pontos de responsabilidade dos municípios e nossa cidade precisa de maior atenção na área. O programa de coleta seletiva de lixo foi implantado na época (32 anos atrás), mas ainda é muito incipiente. O apoio aos catadores de papel reunidos na Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reciclável (Asmare) foi outro pioneirismo inspirado pelo saudoso vereador Antonio Pinheiro e continuado nas gestões seguintes.

Resta ainda falar da atenção à cultura. Criamos o Arquivo Público Municipal, a Biblioteca Infanto-Juvenil, e o Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural de BH, restauramos a Igrejinha da Pampulha e a Casa do Baile, além de dezenas de eventos incentivados.

Não é saudosismo. É lembrar que é possível o trabalho conjunto com outras prefeituras, com os governos estadual e federal e com a iniciativa privada. É lembrar que é preciso continuidade em respeito ao dinheiro público.

Que nossa população valorize a Política com “P” maiúsculo e escolha não apenas com base em “likes”, propagandas enganosas ou histerismos inconsequentes. Faça valer o seu voto!