1 – Sinopse – O modelo organizacional do consórcio de saúde, por meio de um conjunto de municípios, forma um tipo de instituição que, se caso não possuir uma gestão azeitada, involuntariamente, preconizará uma predisposição para o afloramento de “conflitos”, como é natural em determinadas situações políticas! As deficientes gestões, a ausência de “ações políticas” etc juntas à esse complexo e “confuso” funcionamento de instituição, constituíram-se na principal causa dos fracassos e falências das mesmas no país. Por outro lado, para municípios menores, esse mesmo sistema, já se provou positivo como uma ferramenta estratégica e importante! Com uma boa gestão, a implementação nos municípios maiores seria sucesso absoluto! Basta possuir um eficiente planejamento estratégico! Um “ponto fraco” dos planejadores de um “consórcio” é que, entre outros, eles desconhecem as complexidades organizacionais desse tipo de instituição, que possuem “nuances organizacionais diferenciadas”! Preocuparam-se tão somente em elaborar um “Estatuto” igual a outros do setor público, ignorando novos conceitos da moderna gestão.
2 – Dificuldades do funcionamento – Além das muitas aplicabilidades da gestão hospitalar, o consórcio de saúde contempla uma desafiadora “logística de controle” em suas ações de socorro, tais como: I – controle da equipes de funcionários paramédicos; II – controle dos “pontos de apoio” nos municípios; III – controle psicológico dos respectivos condutores de ambulâncias; IV – controle do serviço de telecomunicação; V – controle de aparelhos e equipamentos médicos; VI – controle do almoxarifado etc. Tudo isso, agregados informalmente à uma complexa organização semelhante à “estrutura matricial” porém, de forma desorganizada! Na pratica, esse tipo de estrutura funciona com junção de uma estrutura linear/funcional em posição vertical, com a estrutura dos municípios/receptores de serviços em posição horizontal. Ainda com um veloz fluxo informal dos respectivos prefeitos, determinadas situações se tornam mais difíceis de serem contornadas!
3 – O que é uma estrutura matricial? – A “estrutura matricial” nasceu por volta de 1960 a 1965, numa verdadeira corrida de realizações cientificas aeroespaciais, especificamente, nos Programas Apolo e Saturno da NASA. Junto à esses programas, surgiram novas técnicas de “gestão”, propriamente na área de controle de projetos. Em 1964, o cientista John Mee, foi o pioneiro a realizar estudos organizacionais para a Divisão Aeroespacial da Universal Products Company. Em 1972, Delbeque e Filley, por meio da “análise de sistemas”, deram maior dimensão a ideia de Mee, num projeto que foi imediatamente utilizado no Programa Satélite Meteorológico também da NASA. Na sequência, outros autores como B. Shin, realizou em 1974 um estudo conceitual para a Universidade de Georgia relacionando a “matricial” com variáveis mercadológicas. E Jax Galbraith, foi o primeiro a destacar a importância da mesma no contexto do planejamento estratégico.
4 – Planejamento estratégico do consórcio de saúde – de acordo com as diretrizes estatutárias e, após a verificação das potencialidades geopolítica, econômica, logística etc dos municípios, elabora-se o planejamento estratégico do consórcio, tendo como projeto nº 1, a identidade do mesmo, por meio do desenvolvimento de uma Carta de Princípios;
II – esta carta estabelecerá em nível institucional a transparência, a filosofia e os objetivos gerais desse consórcio de saúde por meio de sua visão, missão, valores, crenças, princípios e objetivos permanentes;
5 – Estrutura Matricial – A estrutura organizacional será desenhada, interpondo a estrutura linear estatutária em nível vertical. E a relação dos municípios receptores dos serviços do consórcio irão ficar em posição/ horizontal;
6 – Consideração Final – A “organização matricial” se adequa satisfatoriamente como ferramenta de gestão para o funcionamento de um Consórcio Intermunicipal de Saúde, propriamente, para o Samur! Finalmente, define-se os projetos e metas bem como o controle e acompanhamento de resultados obtidos.