Nos últimos meses, os supermercados do Estado têm experimentado um crescimento nas vendas, conforme pesquisa da Associação Mineira de Supermercados (AMIS). Os dados revelam que no primeiro semestre de 2024, os estabelecimentos registraram aumento médio de 2,40% no consumo. Além do acumulado do semestre, na comparação de junho deste ano com o mesmo mês do ano passado, houve avanço de 1,48%. Porém, em relação ao resultado de maio, o levantamento mostra retração de -3,56%.
Segundo o presidente-executivo da AMIS, Antônio Claret, os resultados da pesquisa sugerem duas análises distintas. “A retração em junho sobre maio é atribuída, sobretudo, à base alta de comparação, já que o setor vinha de um desempenho acima de 7%. Adicionalmente, junho é um mês que tradicionalmente não registra altas demandas no setor”.
Já em relação ao crescimento acumulado de 2,40% no semestre, o ambiente econômico do Estado é um dos fatores que contribuem para esse desempenho. “A economia mineira nesse primeiro semestre se manteve em um contexto de crescimento do emprego e da renda e, com isso, o consumidor mais disposto a aumentar a demanda nos supermercados”, explica.
Claret informa que o consumo verificado no primeiro semestre se aproxima das projeções do setor, que são de crescer 3% no ano. Porém, afirma que ainda é cedo para rever as estimativas. “O resultado de 2,40% no consumo para o primeiro semestre é relevante diante do que projetamos e sabemos que o segundo semestre, normalmente, registra maior demanda do consumidor em relação aos primeiros seis meses, mas é importante ressaltar que teremos também uma base mais elevada de comparação”.
A economista Paula Albuquerque explica que esse aumento foi impulsionado por uma combinação de fatores econômicos e sociais. “O crescimento no emprego e a melhora na renda disponível das famílias têm sido fatores cruciais para o aumento do consumo. O controle da inflação também tem desempenhado um papel importante, permitindo que os consumidores gastem mais sem comprometer tanto o seu orçamento”.
“Além disso, o aumento na confiança do consumidor, impulsionado por uma percepção de estabilidade econômica e expectativas positivas sobre o futuro, tem levado a um maior consumo. Quando as pessoas se sentem mais seguras sobre a economia, tendem a gastar mais, refletindo-se nas compras de supermercados”, ressalta.
Ela destaca que o aumento do consumo no setor de supermercados tem grande importância para a economia mineira. “O segmento contribui de forma significativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, além de ser grande empregador e um elo importante na cadeia de suprimentos, conectando produtores, distribuidores e consumidores. A eficiência e a eficácia dos supermercados afetam diretamente a logística e o transporte de mercadorias, impactando o setor de transporte e a infraestrutura logística do Estado”.
“O aumento do consumo das famílias em Minas Gerais representa uma tendência promissora para o setor supermercadista, refletindo uma recuperação econômica. Enquanto as perspectivas são otimistas, é essencial que todos os envolvidos permaneçam vigilantes e adaptáveis às futuras dinâmicas do mercado”, conclui Paula.
Projeção
O primeiro semestre foi também de inaugurações de lojas no setor supermercadista mineiro. Segundo levantamento da AMIS, 25 unidades foram abertas no Estado nos primeiros seis meses do ano. Essa contagem leva em consideração apenas as lojas efetivamente novas, ou seja, sem mudanças de bandeiras, reformas e ampliações ou aquisições. Os novos empreendimentos geraram 2.180 empregos diretos.
As projeções da AMIS para este ano são de 75 novas unidades. “Boa parte das inaugurações é reservada para o segundo semestre. Em julho e início de agosto já tivemos mais aberturas, então, certamente, atingiremos o número projetado”, disse Claret.
