Home > Economia > Brasileiros devem desembolsar até R$ 5 mil nas férias de julho

Brasileiros devem desembolsar até R$ 5 mil nas férias de julho

Estamos na metade do ano e para muitas pessoas chegou a hora de fazer uma pausa para descanso e colocar em prática aquela tão sonhada viagem. E um estudo inédito feito pela Booking.com, uma das maiores empresas de e-commerce de viagens do mundo, revelou quanto os brasileiros pretendem gastar com as férias de julho. Para 67%, o valor fica entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. Uma parcela menor (12%) deve desembolsar entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, enquanto 21% tem um teto de gastos máximo de R$ 1 mil.

De acordo com o economista e especialista em finanças Leandro Martins, os brasileiros preferem fazer uma viagem mais enxuta e que caiba no orçamento, a cortar gastos com esse tipo de lazer. “Eles procuram reduzir o consumo de luz, água e telefone e chegam a cortar supérfluos como os serviços por assinatura. Tudo para economizar dinheiro e conseguir manter a viagem na lista de despesas. Normalmente, os meses mais procurados são junho, julho, dezembro e janeiro, pois também abrange o período de férias escolares”.

Quando o assunto são os destinos nacionais, os mais atraentes para os turistas que costumam viajar nesse período são as serras Gaúcha e Catarinense (63%), seguidas pelas cidades serranas do Sudeste (55%), como Campos do Jordão (SP), Monte Verde (MG) e Petrópolis (RJ). O Nordeste brasileiro também consegue manter sua relevância para o brasileiro nestes meses mais frios e são o destino favorito das férias de julho para 40%. Outro local bem procurado são as chapadas e cidades do Centro-Oeste (37%), como Caldas Novas, Pirenópolis e Cidade de Goiás.

Ao considerarmos as viagens para o exterior, a região que mais atrai o brasileiro para as férias do meio do ano é a Europa (75%), seguida da América do Norte (40%) e América Latina (36%). Se focarmos apenas nos países latino-americanos, onde o inverno é mais característico que no Brasil, os destinos prediletos são Chile (32%), Argentina (30%) e Peru (11%). “Uma das razões é porque o dólar está em disparada e a nossa moeda está mais valorizada nesses países. Porém, uma boa alternativa para quem quer viajar e gastar menos é optar por cidades dentro do Brasil”, afirma Leandro.

A pesquisa também mostrou que 46% dos que vão dar um passeio nesse período costumam fazer a viagem a dois. O casal Thiago Fernandes e Anna Maria Teixeira embarcam no início de julho para Bariloche. Eles vão passar uma semana e contam que planejaram a viagem em outubro do ano passado. “Nós decidimos não fazer nada em dezembro e gastar um pouco mais nas férias de julho. Fechamos um pacote promocional em uma agência de turismo e ficou em torno de R$ 3.950, incluso passagem, hospedagem e transporte. Demos uma entrada e parcelamos o restante em 9 vezes. É uma viagem dos sonhos, pois sempre quisemos conhecer a neve”, diz Anna Maria.

Thiago explica que a ideia inicial era ir para a Itália, mas por conta do preço do euro, o destino teve que ser mudado. “Nós fizemos a simulação e estava ficando muito caro e ultrapassando nosso orçamento. Isso sem falar no dinheiro que teríamos que juntar para gastar com alimentação, compras, transporte e presentes. Pelo menos o câmbio da moeda Argentina sai bem mais em conta, porque a gente pretende levar no máximo cerca de mil reais cada um”.

Quem também pretende viajar nessa época de inverno é a assistente de marketing Viviane Maciel e sua amiga, a vendedora Talita Almeida. “A gente vai curtir o frio em Gramado, no Rio Grande do Sul. Já estivemos lá há 5 anos e agora queremos voltar. É uma cidade muito linda e com uma gastronomia deliciosa. Nós gastamos uma média de R$ 1.500 por pessoa e vamos ficar 5 dias. Já temos um roteiro de tudo o que queremos fazer. Estamos muito ansiosas e doidas para chegar logo o dia”, conta Viviane.

Sem sufoco
O economista Leandro Martins diz que o planejamento é essencial para conquistar algum objetivo. “Se fazer uma viagem é o seu desejo, escolha o destino, quantos dias pretende ficar e pesquise os preços. Ao chegar a um valor médio de quanto deve custar, veja se encaixa no seu orçamento e comece a poupar algum dinheiro. Uma solução seria tentar adaptar as férias ao bolso e ajustar duração, ficar em hotel mais barato e economizar na alimentação”.

Ele orienta a ver com pelo menos 6 meses antes. “Comprando com antecedência os preços são melhores e costuma ter diversas promoções. Hoje os sites e agências de viagens aceitam fazer parcelamento em até 12 vezes sem juros. O ideal é estar com tudo pago antes de viajar para pensar em imprevistos e gastos extras, como compras, passeios, seguro, ingressos”, conclui.