Discursos bonitos, mensagens explosivas nas redes sociais, quase sempre com um enorme apelo relacionado à ideologia, fazendo aumentar a indesejada polarização entre esquerda e direita. Tudo com o propósito de tentar vencer eleição em Belo Horizonte, mas sem explicitar os reais projetos para o pleito eleitoral de 2024. A capital mineira concentra um montante de 2 milhões de votantes, sendo o maior colégio eleitoral do Estado.
Relativamente à disputa deste ano, existe a possibilidade de haver cerca de uma dezena de nomes concorrendo à Prefeitura de BH. No entanto, não existem propostas dos candidatos no sentido de minorar o sofrimento de moradores da periferia. Sabe-se que uma em cada cinco pessoas da capital mineira vive exatamente nas áreas consideradas de interesse social, vilas ou favelas, espalhadas por diversos bairros da cidade. Esse número representa algo em torno de 20% dos habitantes da urbe. Para além desta constatação, as denominadas classes menos abastadas podem ser elevadas, pois muitas ficam afastadas da área mais nobre.
Seria bom os candidatos ao comando do município ficarem atentos, pois apenas falas bonitas e frases de efeito não irão convencer os moradores dessas localidades. Eles esperam por planos de governo, projetos capazes de serem viabilizados na futura gestão. Caso contrário, não se submeterão ao crivo da denominada promessa eleitoral. Eles têm um trunfo em mãos: o título de eleitor.
O fato é que vem desses enormes bolsões a maioria dos votantes. Assim, o candidato com mais aproximação dessa esquecida comunidade periférica tende a levar o troféu. O registro está feito e que ninguém duvide deste fato: o cidadão, mesmo os mais humildes, certamente não irão ser induzidos tão somente por promessas de campanha para escolha de seus dirigentes. Belo Horizonte, apesar de jovem na comparação com outras capitais, acumula demandas antigas e complexas, fazendo aumentar esse verdadeiro fosso social.