Uma pesquisa da 213 Sports feita pelo Ibope Repucom revelou um aumento no número de fãs de skate no Brasil, registrando 20 milhões de novos adeptos desde 2019. Os dados, que representam 110,5 milhões de internautas com mais de 18 anos nas cinco regiões geográficas, demonstrou que o país se destaca como um dos principais centros mundiais para a modalidade, contando com mais de 47 milhões de entusiastas no total e 8,5 milhões de praticantes.
A análise também apontou que os principais fatores para o aumento no interesse pelo esporte foram a inclusão nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020 (disputado em 2021 por causa da pandemia) e a estreia internacional da brasileira Rayssa Leal, que recebeu medalha de bronze nos jogos que estão acontecendo esse ano em Paris.
O educador físico e skatista Pedro Marçal diz que o skate, com suas origens humildes nas ruas da Califórnia na década de 1950, tornou-se um fenômeno global que transcendeu o mundo dos esportes radicais para se estabelecer como uma verdadeira cultura. “Hoje, o skate é muito mais do que uma atividade de lazer. É também uma forma de expressão, um esporte olímpico e um símbolo de resistência e criatividade”.
“A presença dele nos Jogos Olímpicos não só validou a prática como um esporte legítimo, mas proporcionou uma nova plataforma para atletas de todo o mundo. Os jovens skatistas, muitos deles começando a competir em níveis internacionais, têm agora a oportunidade de se destacar em um palco global, promovendo o esporte para novas audiências”, completa.
Além do aspecto competitivo, o skate tem uma rica cultura associada, segundo avalia Marçal. “A sua estética, com suas roupas, grafismos e música, é uma parte fundamental da identidade dos skatistas. A cena também tem sido um terreno fértil para a criatividade, influenciando o design gráfico, a moda e a música. Muitos praticantes, especialmente em áreas urbanas e comunidades marginalizadas, veem o esporte como uma saída para desafios sociais e econômicos, proporcionando uma sensação de pertencimento e realização pessoal”.
Marçal explica que é uma modalidade aeróbica que aumenta a frequência cardíaca e melhora a capacidade pulmonar, além de vários outros benefícios físicos. “Por exigir o uso de vários grupos musculares, incluindo pernas, glúteos e core (abdominais e região lombar), pode resultar em um fortalecimento geral do corpo e no aumento da resistência muscular. Melhora a coordenação motora, equilíbrio, flexibilidade e agilidade e pode também ajudar no controle de peso e na queima de calorias”.
Muitas vezes é praticado em grupo. “Isso pode ajudar a criar uma rede social sólida e promover uma sensação de pertencimento e aceitação da diversidade. Além de ser uma forma de expressão pessoal e criativa, por isso, muitos skatistas desenvolvem um estilo único, e o esporte incentiva a experimentação e a inovação”, relata.
Para o estudante e skatista Bruno Santana, o skate provou ser mais do que apenas um esporte radical e tornou-se um espetáculo de talento, criatividade e técnica. “As Olimpíadas de Paris 2024 vão servir para aumentar ainda mais a visibilidade e destacar seu papel como uma plataforma para jovens atletas e como um meio de inclusão e diversidade. Além disso, a manutenção e a criação de pistas em áreas urbanas são questões importantes para garantir que o esporte permaneça acessível para todos”.
“O futuro parece promissor, com o aumento da popularidade e o desenvolvimento de novas tecnologias e equipamentos. O skate não só continua a evoluir como esporte, mas também a influenciar a cultura global”, conclui.