O lacrosse é um esporte ao ar livre disputado com dez jogadores em cada equipe. O jogo acontece em um campo padrão medindo 100 metros de comprimento de cada linha final e 55 metros de largura das linhas laterais. Os jogadores usam tacos de cabo longo com bolsos de malha para pegar, carregar e passar uma pequena bola de borracha.
A treinadora e membro do conselho da Confederação Brasileira de Lacrosse (CBL), Cristina Véles, diz que existem mais duas versões da modalidade. “O box lacrosse, que é derivado do jogo tradicional, mas é adaptado para uma arena fechada. É um esporte de alta intensidade jogado com seis jogadores em cada equipe. O jogo acontece em uma arena especializada, comumente chamada de ‘box’, que apresenta tábuas e vidros ao redor da área de jogo e o lacrosse sixes, que é uma versão incrivelmente rápida e compacta. Jogado competitivamente ao ar livre em campo de grama ou gramado de 70x36m, tendo 6 jogadores por time”.
A treinadora explica que a competição é originária das comunidades indígenas do Norte da América (Canadá e Estados Unidos). “Eles se referem ao lacrosse como jogo medicinal. Além disso, é uma partida rápida, uma combinação de muitos esportes, como o hockey e futebol americano, sendo necessário usar todo o corpo e as habilidades motoras”.
Em 2023, o lacrosse foi elevado a esporte olímpico, tendo sua estreia prevista nas Olimpíadas de 2028 em Los Angeles, porém, ainda não é muito comum no país. “A inclusão é um passo considerável porque é a visibilidade número um, não só no Brasil, mas no mundo. Também é importante para o financiamento, visto que instituições como o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e o Ministério do Esporte tenham interesse em investir, assim como pode despertar a curiosidade das pessoas e aumentar o número de praticantes”, comenta Cristina, que foi a primeira mulher a treinar uma seleção nacional masculina.
Em Santarém, no Oeste do Pará, já existe um projeto-piloto de iniciação esportiva ao lacrosse, sendo o município o primeiro e único do país a possuir um programa de treinamento desta modalidade. “Não existem torneios de lacrosse no Brasil, porque não temos jogadores nem financiamento suficientes. Precisamos de ajuda dos governos para construir mais centros de treinamento. Uma das dificuldades é a disponibilidade do material que só é comercializado nos Estados Unidos”, comenta.
Segundo a treinadora, as primeiras seleções brasileiras de lacrosse foram formadas por filhos de brasileiros que moram e praticam o esporte nos Estados Unidos. “Para o desenvolvimento, temos alguns atletas brasileiros americanos que moram nos EUA. Estamos fazendo um grupo para poder viajar para o Brasil e fomentar o esporte, mas existem muitas barreiras, sobretudo, o financiamento”.