O torcedor recebe, a cada ano, uma dose cavalar de eventos. O Brasileiro em quatro séries, sendo duas, A e B, envolvendo 40 times. A Copa do Brasil que começa com 64 times e chega às oitavas com 16 sobreviventes. No meio da confusão rola ainda a Copa Sul-Americana e a Copa Libertadores, entrando na fase das oitavas de final. Pensou que acabou? Nada, ainda tem muito mais. A Seleção Brasileira envolvida com as eliminatórias para a Copa do Mundo e a danada da Copa América. Tudo bem bolado e embolado. É jogo dia sim, dia não. O torcedor dorme em uma competição e acorda em outra ou vice-versa. Sonha com títulos, sofre pesadelos, fica sem saber direito qual prioridade deve abraçar. É mais do que sofrimento, é quase uma tortura. Isto sem falar no bolso. Ingresso, estacionamento, condução, comes e bebes, custando o olho da cara. Resultado: o torcedor estressado, saturado, sofrendo, observando o nível técnico dos times caindo de forma assustadora. Tudo porque falta tempo para treinamento, preparação física, técnica e psicológica. O festival de cartões amarelos, vermelhos e a quantidade de jogadores contundidos é preocupante. Acredito até que o volume de erros dos árbitros tem muito a ver com a quantidade absurda de jogos. Não é passar pano, muito menos querer defender a turma da arbitragem, mas os caras não tem espaço para preparação. É viagem, jogo, viagem e muita pressão. Não é fácil.
Sinceramente, não acredito que algo possa melhorar. O futebol profissional é um negócio cada vez mais caro. Caríssimo. Totalmente fora da realidade. Precisa gerar bilhões e, para tanto, a solução é criar competições e assim viabilizar a venda de patrocínios, direitos, produtos, ingressos, atletas e participações nas apostas. Este quesito é impressionante. O que existe de casas de apostas é brincadeira. Aos poucos, o futebol vai se transformando em um grande cassino virtual. E vamos que vamos.
Mas o futebol tem outro lado com menos brilho, menos dinheiro e muito sacrifício. Por exemplo, as séries C e D contam com centenas de times. Todos sonhando em subir mais um degrau na existência. Sempre lutando contra falta de melhores investimentos. Contam com o apoio das emissoras de rádio e demais mídias de suas cidades para divulgação dos jogos, informações e promoções.
Em Minas, a Federação organiza com sucesso o campeonato do Módulo II. Doze times do interior participaram. Seis conquistaram classificação para a fase dos triangulares em andamento. Betim, Aymorés (Ubá), Valério (Itabira), URT e Mamoré (Patos de Minas) e North (Montes Claros). Ao final, os dois melhores sobem para o Módulo I. A chamada elite do nosso futebol regional.
Nesta festa da bola, não podemos deixar de lado o futebol feminino. Um segmento esportivo que vem crescendo bem, apesar do pouco investimento oferecido. A CBF realiza o Campeonato Brasileiro da série A1 com 16 times. O Corinthians lidera com folga. De Minas Gerais, contamos com os três times de Belo Horizonte. O Cruzeiro ocupa o quinto lugar, enquanto o América, o sexto. O Atlético que não está nada bem segura a lanterna. Três jovens jogadoras estão se destacando bem. Byanca Brasil, do Cruzeiro, com seis gols; Anny Marabá, do Atlético; e Gadu, do América, que já marcaram cinco gols cada. A primeira fase do campeonato vai até 21 de agosto. Os oito melhores seguem para as quartas de final.
Para terminar, não posso deixar de lado o nosso glorioso futebol amador, o chamado futebol raiz, que está cada vez melhor e mais organizado. O amador é disputado por uma equipe indicada por cada uma das Ligas Municipais devidamente filiadas à Federação Mineira de Futebol (FMF) e que atenderam aos critérios de uso do sistema E-Sumula, além das 16 melhores equipes do Campeonato SFAC Adulto – Série A 2023 e o representante da Liga Campeã do Campeonato Mineiro Amador 2023, totalizando 70 equipes. A competição teve início em 1º de junho e se estende até 31 de agosto.
Neste ritmo alucinante do calendário do futebol, a turma da imprensa esportiva também gira sem parar. É cobertura das atividades diárias dos clubes, viagens e mais viagens para transmissão dos jogos e muito mais. Não é tarefa fácil acompanhar de perto todos os lados do futebol.