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Dívida de times brasileiros soma mais de R$ 11 bilhões

Foto: Freepik.com

Apesar dos enormes faturamentos no último ano, o futebol brasileiro também viu as dívidas subirem a um nível histórico. Relatório elaborado pela Consultoria Convocados em parceria com a Galapagos Capital e a Outfield, mostrou que a soma do endividamento dos 20 clubes da série A do Brasileirão atingiu R$ 11,7 bilhões.

Dos principais times de Minas Gerais, o Atlético aparece na terceira posição, com uma dívida de R$ 998 milhões, uma queda de 35% se comparado à 2022. O time, após se transformar em Sociedade Anônima de Futebol (SAF), reduziu as dívidas de maneira importante, após a entrada dos valores da LFU e da reestruturação da dívida da Arena. Em seguida, aparece o Cruzeiro na quinta posição, com uma dívida de R$ 811 milhões, apresentando aumento de 1% ao ano anterior. Por fim, o América figura na 17ª posição, tendo R$ 109 milhões em dívidas, 18% a menos que em 2022.

Completando o top 5, estão o Corinthians, em primeiro lugar com R$ 1,8 bilhão em dívidas, seguido do Botafogo na segunda posição, com débito de R$ 1,3 bilhão, e por fim, o São Paulo ocupando o quarto lugar, com R$ 856 milhões.

O desembargador e colunista de esporte, Wanderley Paiva, diz que muitos clubes de futebol acabam gastando mais do que arrecabam, o que contribui para o acúmulo de dívidas e problemas financeiros. “Grandes investimentos em contratações de jogadores de alto nível buscando resultados imediatos, salários elevados e bônus por desempenho são comuns para manter os jogadores de qualidade no elenco. As dívidas acumuladas ao longo dos anos podem afetar não só o financeiro, mas também o desempenho do time, resultando em atraso no pagamento dos salários”.

“A gestão financeira eficiente é crucial para a sustentabilidade a longo prazo dos clubes. Medidas como controle de gastos, renegociação de dívidas e aumento de receitas são essenciais para evitar problemas financeiros graves”, completa.

Para diminuir as dívidas e aumentar a arrecadação, os clubes de futebol precisam adotar estratégias sólidas e sustentáveis, recomenda Paiva. “Realizar uma auditoria completa para entender a extensão e a natureza das dívidas é o primeiro passo. Transparência nas finanças é essencial para reconstruir a confiança das partes interessadas, assim como ter um maior controle das despesas. Melhorias na gestão de marketing, captação de novos patrocinadores, investir em estratégias para aumentar o número de sócios-torcedores, oferecendo benefícios atrativos e programas de fidelidade e fortalecer a marca do clube para atrair mais patrocinadores e investidores”.

Receitas

Dos times mineiros, o Atlético também teve a maior arrecadação, aparecendo na sétima posição com R$ 446 milhões. O Cruzeiro vem no 15º lugar, com faturamento de R$ 243 milhões, seguido do América, que aparece na 16ª posição, tendo faturado R$ 196 milhões.

“Investir em uma academia de base sólida pode gerar renda com a venda de jovens talentos para clubes maiores. Isso não só aumenta a arrecadação, mas também fortalece a reputação do clube como um local de desenvolvimento de talentos. Implementar essas medidas não é fácil e requer um compromisso firme da direção, bem como uma gestão competente e transparente. No entanto, são passos essenciais para garantir a sustentabilidade financeira dos clubes a longo prazo”, conclui Paiva.