Segundo informações do DATASUS, 127 mil brasileiros foram afetados pela herpes zoster no ano passado, um aumento de 568% em relação aos 19 mil casos de 2022. Nos primeiros dois meses de 2024, o vírus afetou 27 mil pessoas, três vezes mais do que as 9 mil ocorrências registradas no mesmo período de 2023.
De acordo com a dermatologista Marcela Mattos, o público mais comum de ser contaminado são pessoas com diabetes sem controle adequado, HIV positivo e idosos. “Com o processo de envelhecimento, a resposta imunológica do corpo é reduzida, tornando mais difícil reagir de maneira eficaz a infecções”.
Ela revela que a herpes zoster é a reativação do vírus varicela, causadora da catapora. “Fica armazenado nos gânglios nervosos, podendo permanecer anos sem se manifestar. E um momento de baixa imunidade, estresse ou na fase de envelhecimento, a infecção torna-se ativa novamente”, afirma.
Marcela alerta que é muito importante um diagnóstico precoce para obter um tratamento adequado e evitar a disseminação do vírus. “Se a pessoa apresenta lesões e entra em contato com alguém que não teve catapora ou não foi vacinada, pode contaminar com a catapora e não com a herpes zoster”.
Tratamento
A dermatologista explica que o tratamento mais comum para o paciente com herpes zoster é com antivirais específicos. “A principal forma de prevenção é a vacinação, disponível para pessoas acima dos 50 anos e imunocomprometidos. São duas doses com intervalo de aproximadamente 60 dias. Pacientes que já tiveram catapora possuem o vírus armazenado e devem fazer o uso da vacina”.
Diferente da herpes labial
A herpes zoster tem características diferentes da herpes labial, principalmente em sua agressividade. “Tende a ser um agrupamento de vesículas único, sem apresentar a característica de várias vesículas em linha. E por ser outro vírus, o tratamento é mais suave e raramente existe a chance de o paciente ter dor crônica”.