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13 deputados do PMDB almejam continuidade de aliança com o PT

Mencionado pela imprensa como intermediador de diálogos entre membros de seu partido, o deputado Ivair Nogueira (PMDB) se viu obrigado a dar um passo para trás em sua estratégia, visando minimizar a briga interna da sigla que, por sinal, tem ficado mais acirrada entre a ala do presidente da Assembleia, Adalclever Lopes e o vice-governador, Antônio Andrade, presidente do diretório estadual.

Em um encontro realizado, semana passada, em Belo Horizonte, com oito deputados da bancada federal, Nogueira foi aconselhado a esperar um pouco para saber o que vai acontecer em Brasília, especialmente em relação ao desfecho das delações contra o presidente Michel Temer, pois ele é o comandante maior do PMDB nacional.

Apoio a Pimentel

Por conta dessa ponderação, o deputado peemedebista recuou em sua tática e, agora, tem procurado ouvir a opinião de seus pares na Assembleia para saber os próximos passos a serem tomados por eles.

Atualmente, são 13 deputados do partido na Casa. E, segundo Nogueira, eles querem acompanhar Lopes, na sua decisão de permanecer aliado ao governador, deixando a tese de dissidência por conta do vice-governador Andrade. Antes de mais nada, há um pragmatismo nesta decisão deles quanto à continuidade da aliança com o atual mandatário mineiro. Matematicamente, interessa aos deputados remontar uma aliança, em 2018, com o PT, pois facilitaria, segundo avaliam, a reeleição de todos. Do contrário, se o partido tentar caminhar sozinho, pode diminuir o tamanho da bancada, passado de 13 para 8 dos futuros eleitos.

Apenas para mencionar, o PMDB é o maior partido em Minas, contando com exatos 153 prefeitos e dezenas de vereadores, além de diretórios em mais de 500 municípios. Com relação ao futuro do PMDB, em Minas, tudo pode acontecer na disputa majoritária. A tendência é pelo apoio do atual governador, com os peemedebistas permanecendo na vice-governadoria, por meio da indicação de Lopes, ou quem sabe de sua indicação para pleitear uma vaga no Senado, pois no próximo ano, serão duas cadeiras, diante do fim dos mandatos dos atuais senadores Aécio Neves (PSDB) e Zezé Perrella (PMDB).

No que diz respeito ao episódio envolvendo o governador Fernando Pimentel (PT) com os problemas relacionados aos processos na Justiça, os representantes do PMDB avaliam: mesmo que o governador seja processado, dificilmente seria afastado do cargo. Nesta linha de raciocínio, aliás a mesma dos advogados do governador, ele poderia disputar a própria reeleição. É neste cenário que os peemedebistas pretendem apostar. A não ser que antes do fim do ano, aconteça algo diferente. “Em política, em uma semana, tudo pode mudar. Então, vamos devagar, embora não possamos deixar de ter um roteiro a ser seguido. No momento, o partido tem essa visão para continuar com a aliança com os petistas”, confessa um deputado que prefere o anonimato.

Caso consiga se manter no cargo, Pimentel contaria com um grupo coeso em torno de sua reeleição. Há informações indicando prosseguimento de um bom entendimento político dele com os dois prefeitos mais influentes de Minas no momento: o de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS) e o de Betim, Vittorio Medioli (PHS).

Além disso, em torno do petista existe uma grande aliança sindical, capitaneada pela ala mais aberta do PT. “São sindicalistas que, embora críticos ao governo mineiro, no final terminariam apoiando o governador, mesmo que fosse para não deixar forças conservadoras retornarem ao Palácio da Liberdade”, comentou, recentemente, a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Beatriz Cerqueira.