Minas Gerais alcançou mais um saldo positivo no mercado de trabalho em fevereiro de 2024, ficando atrás apenas de São Paulo, que registrou 101.163 novos postos de trabalho. De acordo com os dados mais recentes do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o estado mineiro gerou 35.980 postos de trabalho formais no segundo mês do ano. O saldo positivo foi impulsionado por 247.414 admissões, enquanto 211.434 desligamentos foram contabilizados.
No acumulado do ano, Minas já contabiliza a abertura de 47.538 postos de empregos formais, em termos proporcionais, o saldo positivo alcançado em fevereiro eleva a quantidade de empregos em Minas Gerais para 4,8 milhões. Esse estoque representa o número de pessoas com carteira assinada, tanto no setor público quanto no privado.
O economista Diogo Santos diz que esse resultado reflete a estrutura produtiva diversificada de Minas. “O Estado possui grandes desigualdades regionais e também no interior das grandes cidades. Por isso, a qualidade da geração de postos de trabalho é muito importante para disseminar uma melhoria social mais ampla. Ou seja, os postos de trabalho formais aumentam a segurança das famílias quanto à perspectiva de remuneração, permitindo que planos possam ser feitos, como consumo de bens duráveis de maior valor e pagamento de dívidas, abrindo espaço para novos gastos. Portanto, o trabalho com carteira assinada gera um ambiente mais favorável para o crescimento econômico, reforçando por retroalimentação a própria criação de mais empregos formais”.
“A expectativa de crescimento da economia brasileira em 2024 tem sido revisada para cima, de modo que se pode esperar que a economia mineira caminhe na mesma direção e, portanto, o mercado de trabalho continue apresentando melhoras. Um avanço mais robusto que gere postos de trabalho em diferentes faixas de remuneração e qualificações ainda não está garantido. As taxas de juros estão em patamares que dificultam a elevação do investimento, por parte das empresas, porque a rentabilidade incerta dos negócios pode não superar o custo financeiro dos empréstimos e financiamento. Nesse ambiente, o investimento público se torna o fator decisivo para a economia crescer, gerando mais postos de trabalho”, complementa.
Todos os grandes setores da economia registraram saldo positivo na geração de empregos. O ramo de serviços se destacou, gerando 21.709 novos postos de trabalho, seguido pela construção (4.912), indústria (4.855), agropecuária (3.779) e comércio (725).
Manoel Lima, proprietário de um bar da capital, diz que já fez contratações neste primeiro trimestre do ano. “O movimento do bar aumentou bastante, por isso, efetivei os funcionários temporários que empreguei na época das festas de fim e início de ano. Caso a demanda continue elevada, a previsão é de mais admissões”.
Santos explica que o peso do setor de serviços é de aproximadamente dois terços da economia do Estado. “Por conta disso, em momentos de melhora nos indicadores de crescimento econômico, o esperado é que esse segmento se destaque como gerador de empregos, pois a necessidade de mão de obra nesse setor é proporcionalmente maior em comparação com a agropecuária e a indústria”.
Ele ressalta que é importante que os governos priorizem medidas que estimulem o crescimento econômico. “O Executivo mineiro precisa ampliar o investimento realizado no Estado, especialmente aproveitando as parcerias com o governo federal e internacionais. Programas como o PAC, ‘Minha Casa, Minha Vida’ e Nova Indústria Brasil são relevantes incentivos em Minas”.