Em livro recentemente lançado por Felipe Nunes e Thomas Traumann, “Biografia do Abismo”, a polarização política é muito bem abordada, mostrando os desafios que se apresentam para as famílias, as empresas e o futuro do nosso país. É verdade que a polarização também se repete em outros países como na maior nação do mundo, os Estados Unidos da América e ainda nesta semana na nossa nação mãe, Portugal.
Em outro livro, um pouco mais antigo, “Como Salvar a Democracia” dos mesmos autores de “Como Morrem as Democracias”, Steven Levitsky e Daniel Ziblat, as dificuldades de seleção de candidatos e preservação dos valores democráticos é abordada face às dificuldades do mundo atual.
A antiga divisão da sociedade em “esquerda” e “direita” voltou forte no Brasil relegando as felizes ideologias de centro e da social-democracia do pós-guerra da Alemanha ao esquecimento e até encurralamento. No entanto, o diálogo permanece fundamental para enfrentar as dificuldades sociais, regionais, culturais e econômicas. A radicalização afasta as boas ideias, a convivência, as obras.
Vejamos a posição de Minas Gerais neste momento crítico no qual se volta a discutir a dívida do Estado. No fim do governo Pimentel, a Justiça acatou um pedido de liminar para suspender o pagamento das dívidas negociadas em 1998. Naquele momento, fim de 2018, a dívida estava em cerca de R$ 110 bilhões, durante 4 anos do Governo Bolsonaro (PL) e neste 1 ano e 3 meses do Governo Lula (PT), a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas não pagou as parcelas, gerando uma nova dívida de aproximadamente R$ 50 bilhões que se somou aos R$ 110 bilhões anteriores.
Se no período de governos politicamente afinados não se avançou na busca de soluções, agora com presidente e governador em campos políticos opostos ficou ainda mais difícil. O diálogo felizmente começou a ser retomado nos últimos dias, mas é muito importante que não se fique a culpar uns aos outros.
Em 1998, como já relembrei em artigo anterior, dedicamos muitos meses e até anos conversando com outros estados devedores, autoridades do governo federal e de credores privados até conseguirmos regras nacionais que foram, inclusive, muito importantes para o próprio sucesso do Plano de Estabilização Econômica, o exitoso Plano Real.
Voltando ao cenário nacional, verificamos que o presidente Lula tem cedido aos extremos de seu partido e, infelizmente, não tem se dedicado à pacificação nacional prometida. E viva o agronegócio que vem sustentando o crescimento da economia alheio ao extremismo internacional.