Com potencial de consumo em torno de 230 mil metros cúbicos por dia, foram iniciadas as obras do Gasoduto Centro-Oeste, no início deste mês, com previsão de término para 2026. A construção vai permitir um aumento de cerca de 300 quilômetros de extensão em linhas do sistema, significando um acréscimo superior a 23% da malha atual da companhia e com captação estimada em mil novos clientes industriais e comerciais.
O projeto vai abranger oito cidades: Betim, Divinópolis, Igarapé, Itaúna, Juatuba, Mateus Leme, São Joaquim de Bicas e Sarzedo. O investimento na ampliação do Sistema de Distribuição de Gás Natural (SDGN) da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) no Estado é calculado em mais de R$ 800 milhões, com potencial para gerar mais de 15 mil novos postos de trabalho diretos e indiretos.
O gerente do projeto Centro- -Oeste, Adil Vitório, esclarece que a introdução do gás natural na região representa uma fonte energética alternativa capaz de impulsionar o desenvolvimento local. “Além de diversificar a matriz energética, essa transição visa atrair novas indústrias, reduzindo a dependência de combustíveis mais poluentes, como o óleo, e contribuindo para um ambiente mais sustentável”.
“O Centro-Oeste mineiro é reconhecido por sua diversidade econômica que abrange desde setores tradicionais, como a agricultura, até indústrias de alimentos, metalurgia, têxtil, cerâmica, extrativista e turismo. Encontra-se diante de uma nova oportunidade de ter a oferta de energia ampliada para a expansão desses setores, com um energético mais competitivo, de fácil logística, versatilidade de uso e menos poluente”, complementa.
Os gasodutos serão testados e gaseificados por etapas, possibilitando que o início dos atendimentos aos municípios aconteça antes da conclusão de 100% das obras. Ou seja, à medida que os trechos forem concluídos, as cidades já poderão se beneficiar do acesso ao insumo.
Investimentos
Até 2023, a Gasmig investiu cerca de R$ 250 milhões na aquisição de materiais, como tubos, válvulas e conexões. O montante foi utilizado também na construção do gasoduto, pagamento e indenização do desimpedimento de terrenos impactados pela implantação da faixa de servidão, além da elaboração de projetos de engenharia e estudos ambientais.
Para este ano, ainda é esperada a execução de mais R$ 240 milhões relacionados aos serviços de construção da Linha Tronco, além do início das obras das Linhas Laterais. O restante será utilizado nos anos de 2025 e 2026, de acordo com a evolução das obras.
Para Vitório, o Gasoduto Centro-Oeste é integrado a um ciclo estratégico de expansão de investimentos promovido pela Gasmig em solo mineiro. “A iniciativa visa não apenas fornecer energia adicional, mas também impulsionar a geração de empregos diretos e indiretos, consolidando-se como um catalisador essencial para o crescimento econômico do Estado”.
“Ao levar o gás natural ao Centro-Oeste mineiro, estamos não só diversificando a presença do recurso, mas ampliando significativamente a oferta de gás em toda a região. Esse movimento estratégico não apenas atende à demanda crescente por energia, também abre caminho para a concepção e execução de novos projetos de gasoduto e industriais no Estado”, diz o gerente.
Atualmente, a Gasmig está presente em 47 municípios mineiros, conta com uma extensão de rede de 1.675 quilômetros em operação, sendo 95.887 clientes divididos em: automotivo (66), industrial (105), residencial (94.367), cogeração e climatização (7), comercial e industrial de menor consumo (1.339), industrial em mercado livre (1) e termelétrica em mercado livre (2).
Vitório finaliza destacando que, além deste projeto, existe um conjunto de novas aplicações de grande proporção em Minas Gerais previstos para além de 10 anos. “Esses investimentos vão desde a expansão do gás no mercado urbano, modernização e ampliação dos municípios já atendidos e, até mesmo, a chegada a novas regiões mineiras”.