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Minas Gerais registrou abertura de 7.745 empresas em fevereiro

Foto: Freepik.com

O mês de fevereiro contou com apenas 15 dias úteis por causa do Carnaval, mesmo assim, Minas Gerais gerou números entusiasmantes ao registrar a abertura de 7.745 novas empresas. O dado representa avanço de 21,24% em relação ao mesmo mês de 2023, quando foram constituídas 6.388 empresas. No acumulado do primeiro bimestre do ano, já são 15.511 novos empreendimentos formalizados em todas as regiões do Estado, um aumento de 13,34% em relação aos dois primeiros meses do ano passado.

Os números são da Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg), autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Fazenda (SEF/MG) e responsável pelos registros mercantis, como abertura, alterações e encerramentos empresariais. Considerando todo o mês, fevereiro teve média de 267 empresas constituídas por dia, acima da média de 2023, que foi de 235 empresas por dia. O resultado é o melhor para essa época desde 2019, quando a Jucemg começou a série histórica de registros mercantis.

Para o economista Gelton Pinto Coelho, a retomada do crescimento econômico do país resulta em um nível de otimismo para os empreendedores. “Com o aumento real da massa salarial, as oportunidades surgem e podem ser bem aproveitadas. Ao longo dos anos, os serviços digitais facilitaram e desburocratizaram o processo de abertura de empresas. É preciso continuar avançando cada vez mais para que o volume de negócios possa crescer e a economia como um todo seja beneficiada”.

Na avaliação de Coelho, a abertura de empresas no Estado traz impacto inicial no nível de emprego e renda. “São mais oportunidades para gerar circulação de dinheiro, atingindo também outros setores além dos que estão contratando. Com acesso à renda, as pessoas poderão pagar suas dívidas, voltar ao mercado de consumo, o que termina no crescimento da produção e a possibilidade da abertura de mais empresas”.

Analisando o ranking regional, no acumulado do ano, as regiões que mais verificaram aumento proporcional foram: Noroeste (51,92%), Rio Doce (34,24%), Triângulo (32,58%) Sul de Minas (28,30%) e Central (22,79%). Na sequência, Centro-Oeste (11,24%), Alto Paranaíba (9,27%), Zona da Mata (5,72%), Jequitinhonha/ Mucuri (5,49%) e Norte de Minas (5,19%).

Coelho diz que o fato de o Noroeste de Minas ter expandido mais que outras regiões mostra um aquecimento para além do setor de serviços. “É uma região agrícola, de extração mineral e siderúrgicas. Isso significa que há uma boa possibilidade de ser transbordamento do plano safra de R$ 364 bilhões nacionalmente, assim como também do plano de reindustrialização da economia brasileira. Nos próximos meses, vamos ver como a atividade se mantém, mas o crescimento foi bem acima da média dos demais”.

No âmbito municipal, Belo Horizonte segue como a cidade com maior número de empresas abertas no ano. Foram 4.152 nos dois primeiros meses de 2024, sendo 2.076 em fevereiro. Na sequência, em relação ao acumulado do ano, aparecem: Uberlândia (593 no ano e 508 em fevereiro), Contagem (474 e 239), Juiz de Fora (412 e 206), Uberaba (326 e 165), Montes Claros (299 e 152), Betim (249 e 147), Ipatinga (223 e 111), Divinópolis (219 e 92) e Governador Valadares (195 e 101).

Encerramentos

De acordo com o levantamento, 10.187 empresas encerraram as atividades nestes dois primeiros meses de 2024, em uma variação de 23,18% em relação ao mesmo período de 2023 (8.270 extinções). Deste total, 5.477 baixas ocorreram em fevereiro, contra 4.052 no mesmo mês de 2023 (variação de 35,17%). “Abrir e manter uma empresa não é um processo tão simples. É necessário um planejamento e foco adequado para que a rentabilidade aconteça”, comenta o economista.

Ele relata que o país ainda vive uma pressão por oferta inadequada de crédito. “Empresas que enfrentaram crises nos últimos anos e não tiveram apoio necessário, a juros compatíveis para retomar suas atividades. O endividamento da população também atingiu os empresários. Alguns anos de descontrole inflacionário e aumentos nos custos geraram perdas que nem sempre puderam ser absorvidas pelo mercado consumidor”.

Coelho salienta que a primeira questão para se abrir e manter uma empresa é separar um tempo para planejar o negócio. “Esse estudo ajuda muito quem quer empreender. Saber quem são os clientes potenciais, qual volume de renda e qual logística será necessária se faz mais urgente do que as pessoas imaginam. Portanto, o sucesso do empreendimento está diretamente ligado ao planejamento e à disponibilidade de recursos para investimento”.