Segundo o Boletim Epidemiológico de Monitoramento, Minas Gerais registrou 144.319 casos de dengue e 44 óbitos confirmados pela doença no Estado até o dia 4 de março. Em meio a esse cenário preocupante, membros da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia defenderam o fortalecimento do Programa Saúde na Escola (PSE), em uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a fim de garantir que as escolas públicas contribuam no controle da proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Durante a reunião, todos os presentes apontaram a mobilização social na comunidade escolar e territorial e a parceria com órgãos públicos como essencial na luta para o controle e erradicação da dengue.
A deputada Beatriz Cerqueira (PT) disse que é importante cada um fazer a sua parte, não só no enfrentamento e no debate, mas também na prestação de contas das ações realizadas pelo poder público. “As escolas estaduais que tenho visitado apresentam muitos problemas de estrutura que contribuem para o agravamento da epidemia. Essa ação é para somarmos às escolas e também para cobrar do poder público”.
O diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI) do Ministério da Saúde, Eder Fernandes, lembrou que as arboviroses estão cada vez mais comuns. “Vivemos um crescimento desenfreado das nossas cidades, com falta saneamento, coleta e destino adequado para o lixo, assim como condições inadequadas às periferias, o que acaba criando condições para o mosquito se proliferar”.
Ele completou dizendo que garantiu o repasse de mais R$ 150 milhões para estados e municípios promoverem algumas estratégias de imunização no primeiro semestre, como a vacinação em escolas. “Outro ponto importante é que nós resgatamos o programa ‘Saúde na Escola’, que é a principal ponte entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação”, afirmou Fernandes.
Em entrevista exclusiva ao Edição do Brasil, a representante da Secretaria de Estado de Educação, Rosália Dinis, salientou a importância do “Saúde na Escola”. “Minas trabalha hoje dentro das diretrizes do programa, articulando ações tanto da saúde mental quanto a questão das arboviroses, alimentação saudável, atividade física e prevenção de doenças. O foco do trabalho é uma articulação intersetorial. Precisamos que um profissional da área da saúde esteja em diálogo permanente com os professores nas instituições”.
Segundo Rosália, o programa coloca o estudante como protagonista para que ele também seja um agente disseminador de ações de saúde no seu território. “Existe uma série de materiais educativos que são encaminhados para o professor, com várias propostas de atividades pedagógicas para auxiliar o docente na condução daquele tema em sala de aula”.