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Especialista reforça a importância de manter Amazônia preservada

País emite quase 1 bilhão de tonelada de dióxido de carbono por ano / Foto: TV Brasil

 

Em janeiro deste ano, 79 km² da floresta amazônica foram desmatados. O número é 60% menor que no mesmo mês de 2023, quando foram derrubados 198 km², segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Na avaliação do geólogo Marco Moraes, a redução do desmatamento no bioma é algo positivo e importante. “O Brasil emite quase 1 bilhão de tonelada de dióxido de carbono (CO2) por ano com a retirada da vegetação. Isso é quase o equivalente aos números do Japão, que é uma economia industrializada”.

Moraes lembra que a floresta amazônica já perdeu quase 20% da sua área e reforça que outros biomas, como o Cerrado, também estão sendo desmatados. “A Amazônia armazena entre 100 e 200 bilhões de toneladas de CO2, o que equivale a 10 anos de emissões do mundo inteiro. Então, 20% disso já é uma perda significativa. O grande desafio é chegar ao desmatamento zero”.

 

Ações de preservação

O geólogo defende que ações como o reflorestamento de áreas degradadas sejam feitas. “As árvores contribuem para retirar carbono da atmosfera, sendo uma das soluções mais imediatas e efetivas no século 21. Elas podem durar cerca de 100 anos ou mais, tempo suficiente para encontrarmos outras maneiras de remover o CO2 da atmosfera”.

“As árvores ajudam a resfriar as áreas urbanas, que são ilhas de calor e contribuem para reter água no solo, preservando rios e reduzindo erosões. Não desmatar mais e recuperar áreas que são críticas, como bacias de drenagem nas cidades, é um caminho fundamental não só para retirar carbono da atmosfera, mas também para combater as altas temperaturas e a falta de água”, completa.

Outro caminho apontado por Moraes é a fiscalização e a ideia de que a preservação é mais vantajosa. “As florestas podem ser exploradas, uma vez que podemos obter muitos produtos essenciais a partir do extrativismo. Temos que aprender com a biodiversidade, observando os animais e as plantas. Estamos na era da biotecnologia e o Brasil pode ser referência mundial em sustentabilidade”.

Sobre o debate de derrubar mais áreas para a produção, Moraes reforça que não há necessidade e defende que é fundamental a preservação da Amazônia para o setor. “Sem a floresta, poderíamos perder uma porção muito grande não só do agronegócio, mas também da viabilidade econômica das regiões Centro-Oeste, Sudeste e até no Sul do Brasil”.

 

Importância do bioma

Ele conclui explicando como a Amazônia contribui para as chuvas no Brasil. “A floresta amazônica é responsável por 25% a 50% do regime de chuvas no Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. Existe uma circulação de ar chamada monção sul-americana, quando o vento traz a umidade do Atlântico, circula na Amazônia e vai até a Cordilheira dos Andes, onde é desviado e retorna constituindo os chamados rios voadores”.