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A temporada do futebol deste novo ano já está rolando

Como sempre, tudo começa com o campeonato regional. Em Minas é mais um torneio do que propriamente um campeonato. Pela falta de datas, o evento apresenta um formato diferenciado. Não temos mais o tradicional turno e returno com todos jogando contra todos, e no final, o melhor dos dois turnos faturando o título direto ou uma melhor de duas ou até de três entre os primeiros colocados de cada turno. O calendário não permite maiores aventuras.

O nosso regional, em seu módulo principal, tem apenas doze participantes, o que é muito triste, sendo disputado de forma rápida. Alguns pregam que não passa de laboratório para os times da capital. Outros falam em pré-temporada e outras coisas. O fato é que o regional tem lá sua importância. O vencedor é referenciado, o torcedor adora e comemora. Quem perde sofre, arruma desculpas, quase entra em crise. Treinador ou jogador que não consegue produzir bem no regional perde espaço, prestígio e, normalmente, o emprego.

Evidente que os times da capital levam vantagem na disputa, especialmente Atlético e Cruzeiro. Com orçamentos bem maiores e donos de boas estruturas, formam bons elencos. Os times do interior lutam contra a falta de recursos de todas as ordens. Tentam de tudo, mesmo sabendo que a luta é desigual. Alguns conseguiram melhorar tanto dentro como fora do gramado. Mesmo assim, a distância de orçamento e estrutura ainda é considerável.

Fora do nosso regional, vários times vão encarar desafios fortes. O Atlético tem a série A, Copa do Brasil e Libertadores. O Cruzeiro tem a série A, Copa do Brasil e Sul-Americana. O América fica com a série B e Copa do Brasil. Do interior, Tombense e Athletic estão na série C. Já o Villa, Pouso Alegre, Ipatinga e Democrata de Governador Valadares disputam a série D. Tombense, Villa e Athletic também participam da Copa do Brasil.

Dos doze times que formam a elite do futebol mineiro, nove vão disputar competições nacionais e dois participam de eventos internacionais, o que representa um excelente percentual. Mostra também a importância do regional como porta de acesso para eventos maiores. “E quais os times mineiros têm mais chances de fazer bonito nas competições?” Uma pergunta difícil. Quando se trata de futebol, qualquer previsão esbarra no achismo, mas vamos tentar.

O Atlético parece melhor preparado. O elenco é considerado como um dos cinco melhores do Brasil. Está sempre na lista dos favoritos para conquistar títulos. Além dos eventos nacionais, disputa a Libertadores. O Cruzeiro vem se transformando a cada temporada. Mudou a comissão técnica, estreou um treinador que nunca trabalhou no Brasil e vem reformulando o elenco. Ainda não deu para sentir todo o potencial do time. Entretanto, o trabalho parece melhor do que anos anteriores. Vai disputar também uma Sul-Americana.

O América voltou para a série B, fez uma limpa no elenco, trocou de treinador e vai aos poucos formatando um novo elenco. Errou demais no ano passado. Tomara que tenha aprendido. Não vai ser fácil a vida do Coelho. Precisa recuperar o prestígio e conta com menos dinheiro no orçamento.

Dentre os times do interior, a melhor aposta fica por conta do Athletic de São João del-Rei, que virou Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e faz um eficiente trabalho de gestão. O clube é bom, unindo experiência e juventude. Da mesma forma, vem o Tombense. Bem administrado, fez uma campanha fraca ano passado, tomou bomba e vem lutando em busca da recuperação.

O tradicional Villa Nova sofre muito com dívidas e falta de recursos. Conta com o apoio total do Coimbra Sports para sobreviver e busca recuperação. Pouso Alegre, Ipatinga e Democrata de Governador Valadares ainda não mostraram nada. Participam de forma fraca do regional até o momento. Precisam reforçar seus elencos. Onde arrumar dinheiro para tanto ninguém sabe.

E neste ritmo vamos encarar a temporada. O sonho do torcedor é que seu time chegue ao topo e conquiste um troféu. A expectativa em cima do Atlético é grande. Tem mais dinheiro, mais estrutura, mais craques. Depois vem o Cruzeiro que precisa pular obstáculos para retribuir o carinho e o apoio dos seus torcedores. O América também precisa se explicar. Da turma do interior, a esperança é que consigam superar as dificuldades, principalmente em termos de dinheiro.

De qualquer forma, eu e os demais companheiros da crônica esportiva já estamos preparados para enfrentar mais uma temporada de viagens e jogos ao lado dos times mineiros. Sucesso para todos.