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Mostra de Cinema de Tiradentes vai exibir 145 filmes nesta edição

“Mussum – O Filmis” será um dos longas apresentados / Foto: Divulgação

 

Com nove dias de programação gratuita, a 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes será realizada até 27 de janeiro. O evento abre o calendário audiovisual brasileiro apresentando um panorama de exibições de filmes em pré-estreias e sessões especiais divididas em vários recortes e em diversos espaços da cidade histórica mineira.

No total, serão exibidos 145 filmes, sendo 43 longas, três médias e 99 curtas-metragens, em 61 sessões de cinema, de 20 Estados diferentes. O evento também vai proporcionar debates, encontros, bate-papos após as sessões, oficinas e rodas de conversa.

Nesta edição haverá as Mostras Homenagem, Aurora, Olhos Livres, Autorias, Clássicos de Tiradentes, Deslumbramento, Praça, Foco Minas e Olhares, além da Seleção de Curtas e Mostrinha. E serão exibidos vários títulos como “Mussum – O Filmis”, de Silvio Guindane; “A Festa de Leo”, de Gustavo Melo e Luciana Bezerra; “A Estação”, de Maria Cristina Maure; “Meu Amigo Mineiro”, de Gabriel Martins e Victor Furtado; e “Contagem”, de Maurílio Martins e Gabriel Martins; entre outros.

Diversas produções que integram a Mostra fazem parte da programação on-line do evento, que vai reunir títulos, alguns exibidos apenas neste formato, na plataforma do evento mostratiradentes. com.br. A seleção inclui produções da Mostra Panorama e da Homenagem e serão disponibilizados para exibição entre os dias 20 e 27 de janeiro, simultaneamente à realização da programação presencial.

Além disso, um recorte especial com cinco curtas exibidos no evento fazem parte da programação da Mostra Tiradentes na plataforma IC Play. Os filmes serão exibidos gratuitamente de 31 de janeiro a 9 de fevereiro no site: itauculturalplay.com.br.

 

Temática

Neste ano, a temática da Mostra é “As formas do tempo”. De acordo com a organização, a ideia surgiu a partir da preocupação do evento em compreender os movimentos do audiovisual no país, especialmente em seus pontos de ruptura. “Defendemos que é preciso, sobretudo, olhar para os filmes, para o tempo dos filmes, seja a modulação do tempo construída por eles como objeto, seja o tempo no qual o filme existe”, explica o coordenador curatorial, Francis Vogner dos Reis.

Para ele, a demanda de eficiência e a velocidade dos acontecimentos no mundo solicitam novas formas da atenção e dos sentidos, mais rápida, fragmentária e ansiosa. “Nesse contexto, cabe a nós interrogarmos sobre outras experiências do tempo, diferentes ao consumo urgente do streaming, por exemplo, e encontrar maneiras mais sutis e complexas de fruição no regime estético das imagens e no forjamento de um novo espectador/espectadora”.

 

Homenageados

As duas homenagens na 27ª Mostra de Cinema se relacionam fortemente ao conceito da temática. Em 2024, o evento celebra as trajetórias em andamento do cineasta André Novais Oliveira e da atriz Bárbara Colen. Ele nasceu em Contagem, e ela, em Belo Horizonte. Suas histórias se cruzam em diversos momentos e, vindos de uma mesma geração mineira, são também considerados figuras-chave do momento que vive a produção no Estado.

André e Bárbara chamaram atenção na cena audiovisual brasileira quase simultaneamente. Tinham um elo em comum: a produtora Filmes de Plástico (FdP). Em 2010, André, um dos fundadores da FdP, lançou o curta-metragem “Fantasmas” na Mostra Foco, em Tiradentes, e foi de imediato apontado como um dos novos criadores mais interessantes do evento.

No mesmo ano, no Festival de Brasília, Bárbara surgiu como uma das protagonistas do curta “Contagem”, de Maurílio Martins e Gabriel Martins, também produzido pela FdP. A atriz encantou a plateia especialmente em uma cena em que, ao conversar com outro personagem, sua performance fazia uma variação sutil entre o jogo cênico instaurado por todo o diálogo.

“Os dois homenageados são alguns dos artistas responsáveis pela discreta radicalidade poética do cinema feito em Minas Gerais, tanto que suas presenças e influências estão para além do cinema do Estado e possuem reconhecimento internacional. O cinema de Bárbara Colen e André Novais nos aponta o que de melhor temos da cultura brasileira contemporânea”, destaca Reis.