Desde o início do ano avolumam-se denúncias contra o sistema de pedágio em diferentes regiões de Minas. Parlamentar de inúmeras legislaturas, o deputado estadual Arlen Santiago (Avante), no primeiro semestre, fez uma série de críticas à concessionária que atualmente tem a tarefa de administrar o trecho da BR-135, entre o município de Paraopeba a Montes Claros, no Norte de Minas. Segundo avaliou o político, os motoristas estavam pagando pedágios caros em inúmeras praças de cobrança, sem obter o retorno de melhorias. No caso, essa via era de responsabilidade do governo federal. No entanto, outras concessões, feitas pelo governo mineiro, estão aplacando comentários negativos.
Semana passada, a deputada Maria Clara Marra (PSDB) jogou duro contra empresários que estão com a incumbência de explorarem as BRs 365 e 452, no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e adjacência. Antes mesmo de promover melhorias na via pública, a firma vencedora da ocorrência já está instalando oito praças de pedágio em um percurso com mais de 627 quilômetros. Ela irá cobrar, ou já está cobrando, a bagatela de R$ 12,70 por cada veículo de passeio.
Os gananciosos empreendedores do sistema querem receber dinheiro, antes de apresentarem os efetivos benefícios. E, quando indagado, um dos representantes da firma do Triângulo disse que terá até 10 anos para implementar todas as melhorias previstas em contrato, com duração prevista de 30 anos.
Alguém do governo do estado, por certo, terá de convencer os mineiros, especialmente as pessoas que transitam naquela localidade, que a concessão foi necessária. Mas os deputados estão fazendo coro à fala da parlamentar Maria Clara, no sentido de haver necessidade de mais transparência na documentação autorizativa para atuação dessa dita EPR Triângulo.
Caso contrário, haverá uma longa temporada de embates, o que poderá ocorrer no Legislativo mineiro, onde o ambiente está completamente inflamado por conta dessa ambição de obter lucro sem a devida prestação do serviço. De acordo com a fala da parlamentar estadual, até mesmo a infraestrutura, como postos de atendimento para socorro de vítimas, ainda não foi instalada.
Para além dos fatos, é bom salientar que estamos falando de uma situação onde a vida das pessoas está em jogo. E a falta de infraestrutura terminará contribuindo na continuidade do ceifamento de vidas, mutilando corpos e minimizando o entusiasmo do bem-estar das famílias.