Alguns dizem que é sinal dos tempos, outros que é o fim do mundo, mas, o que estamos vendo mesmo é a mais absurda e terrível época em que facínoras cometem crimes, os mais bárbaros, em uma proporção até então desconhecida pela sociedade, brasileira ou mundial. Nunca vimos, especialmente no Brasil, um volume de feminicídios como tem acontecido nas últimas décadas. Teriam os homens perdido o controle sobre a suas condições de machos e se tornado, de repente, covardes algozes de suas amadas? Será a amplitude dos fatos que as redes sociais deram às ações humanas? Ou a inescrupulosa dimensão e destaque que os grandes veículos dão aos crimes, em busca de audiência? Será uma pandemia de violência a nova doença social? As drogas e seus traficantes serão os novos senhores do mundo? O crime, constante e cotidiano, na maioria das vezes impune, é o mais novo modelo de nossa convivência social?
Crimes como o da menina que foi à padaria comprar o pão da tarde, seguida e sequestrada por dois degenerados, levada a um lugar ermo para ser estuprada, violada, seviciada e morta nos deixam estarrecidos a perguntar – que mundo é este? E o que dizer da moça que utiliza, na madrugada, do transporte por aplicativo, para sair de uma festa e chegar em casa, deixada pelo motorista em estado de embriaguez e totalmente incapaz e indefesa, encostada em um poste em frente ao seu prédio, depois carregada como um saco de batatas por outro facínora, levada a um campo de futebol e lá ser estuprada? Ou como vamos reagir aos mais absurdos crimes cometidos, por jovens e adultos, nas escolas com armas de fogo, fuzilamentos nas ruas e as mais torpes e degradantes violências do cotidiano?
Há mais de 400 anos, William Shakespeare, em “Rei Lear”, pergunta “que época é esta, onde idiotas dirigem cegos?”, sendo justo o parafrasear com a pergunta “que época é esta, onde a paz social é guiada pela violência?” Que existe uma doença humana, especialmente urbana, não temos dúvida. Perdemos o controle sobre os loucos, degenerados e facínoras. Nossas leis e prisões já não bastam para estabelecer o limite de suas ações, nem como identificá-los antecipadamente aos seus crimes. Nossas prisões estão cheias de todo tipo de delinquentes, em uma proporção nunca antes vista, a desafiar a polícia, a justiça e ao estado.
Os nossos velhos e bons valores de honra, morais, éticos, religiosos, familiares, tradicionais e conservadores estão sofrendo um nefasto e insistente desmoronamento nestes tempos de questionamento da nova ordem humana. A quebra de preconceitos é bem-vinda, a aceitação de novos valores também, porém, não podemos deixar que nos levem aos exageros. Há que existir o respeito, a preservação da família como fonte de equilíbrio, sensatez e formação moral. A educação tem que ser de berço e a formação na escola, não como estamos deixando acontecer, transferindo à escola a responsabilidade da educação moral, ética, de honra ou religiosa. Na verdade, os doentios facínoras e degenerados não tiveram no berço, no seio familiar, a necessária formação humana, solidária, respeito ao próximo, além da caridade, humildade e fé nos homens ou em Deus.