Um levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), baseado nos dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Receita Federal, confirmou o que já era conhecido por muitos: Belo Horizonte é a capital dos bares. A cidade desponta na liderança, com 178 bares a cada 100 mil habitantes, seguida de Florianópolis (SC), com 150 bares a cada 100 mil moradores, e logo atrás, Vitória (ES) figura na terceira colocação, com uma média de 149 bares.
A cidade de São Paulo, a que possui, numericamente, mais bares em todo o país, com 9.053 ao todo, aparece apenas na 14ª posição (78 bares a cada 100 mil pessoas). BH também está muito à frente da cidade do Rio de Janeiro (8ª colocada), com 99 bares por 100 mil habitantes. Já Brasília é a 10ª colocada, com 96 bares a cada 100 mil habitantes.
Além disso, mesmo se considerada a proporção por área, em metros quadrados, Belo Horizonte ainda é, de longe, campeã dos bares. Ao todo, são 4.136 bares para atender aos 2,3 milhões de moradores que ocupam os 331,4 quilômetros quadrados (km²) de área do município de BH, na média de 12,5 bares a cada km². Por este critério, o segundo lugar fica com São Paulo, que tem 5,9 bares por km², seguida pelo Rio de Janeiro, com 5,1 bares a cada km².
Para o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, o resultado não é nenhuma surpresa. “Há muito tempo sabemos informalmente que Belo Horizonte é a capital dos bares e botequins. Qualquer pessoa que já tenha visitado a cidade por alguns dias pode atestar isso. Mas agora não há espaço nem mesmo para contestação”.
E a associação avisa que o número verificado pelo levantamento pode ser ainda maior, pois os dados levam em conta apenas os estabelecimentos que usam, na Receita Federal, a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) correspondente a bar. “Como o estudo leva em conta a atividade principal, creio que o número de estabelecimentos é ainda maior. Porque muitos que têm CNAE de restaurante na cidade servem refeições no almoço e, à noite, funcionam como bar de happy hour em diante”, observa Solmucci.
O economista Danilo Azevedo diz que o turismo se relaciona com as comunidades em diversas frentes, como a preservação cultural e ambiental, os investimentos em segurança, o desenvolvimento sustentável e o avanço econômico. “Esse mercado é muito importante para nossa cidade e essa quantidade de bares não só atrai mais turistas como também injeta dinheiro em nossa economia. Uma pesquisa do IPC Maps mostrou que Minas Gerais ocupou a 2ª posição no ranking de gastos com bebidas alcoólicas no ano passado. No estado mineiro foram mais de R$ 2,8 bilhões desembolsados e quase R$ 500 milhões só em BH. Além disso, milhares de empregos são criados em diversas áreas, como hotelaria, bares e restaurantes e aluguéis de carro”.
Na avaliação dele, o turismo é um mercado dinâmico, repleto de tendências com profundas ramificações sociais. “A noite em Belo Horizonte é bastante agitada. A cidade tem a maior relação bares por habitante do Brasil. As alternativas de entretenimento vão desde shows, festas e boates passando por bingos, karaokês e música ao vivo. São opções para todos os gostos”.
Para Humberto Lima, proprietário de um bar em Belo Horizonte, a cidade combina potencial de crescimento e lazer e concentra os ingredientes essenciais para a consolidação de bons negócios. “Referência na moda, paraíso das compras, centro de comercialização e hospitalidade do povo mineiro são elementos que chamam a atenção dos negócios. O turismo pode ser ainda mais forte, afinal, a cidade conta com uma excelente rede hoteleira, restaurantes requintados e vida noturna”.