De acordo com dados do Mantis, serviço de proteção e monitoramento de riscos digitais do SafeLabs, 58% das tentativas de golpes cibernéticos acontecem por meio de aplicativos, como WhatsApp, Telegram e Messenger. Os números deste ano revelam um expressivo crescimento dos ataques disparados via mensagens em relação a 2022, quando aproximadamente 13 mil ações desse tipo foram registradas. Em 2023, o Brasil detectou cerca de 2,4 milhões de tentativas somente via plataformas desse tipo.
O diretor de inovação do SafeLabs, Leonardo Camata, alerta para os perigos. “Os aplicativos de mensagens fazem cada vez mais parte da nossa rotina de trabalho. Isso reforça a necessidade do cuidado redobrado em seu uso. Muitos links maliciosos se utilizam de gatilhos mentais, como o senso de urgência ou ofertas muito boas, para enganar potenciais vítimas”.
Wladimir Rodrigues, especialista em segurança cibernética da RPE, diz que a preferência de praticar esses crimes por meio de aplicativos de mensagens pode ser atribuída a diversas razões. “Essas plataformas têm uma base de usuários massiva, o que oferece aos criminosos uma oportunidade de explorar muitas vítimas em pouco tempo. Além disso, a engenharia social, uma tática comum em golpes cibernéticos, se beneficia da proximidade e da confiança que as pessoas têm em seus contatos”.
Ele destaca também que, “embora tenha havido um aumento significativo no uso desses aplicativos nos últimos anos, a educação sobre segurança cibernética e a utilização consciente dessas ferramentas não acompanharam o crescimento. As empresas devem continuar aprimorando suas medidas de proteção para amparar os usuários contra essas tentativas”, afirma.
Ainda segundo Rodrigues, os indivíduos mais propensos a serem alvo de golpes cibernéticos possuem características específicas. “São aqueles usuários menos experientes em tecnologia, os que compartilham muitas informações pessoais, os desatentos, os idosos, as crianças e os adolescentes, as pessoas com urgência financeira ou problemas emocionais e os profissionais ocupados”.
A pesquisa mostrou que as tentativas de ataques também vêm de URLs de sites duvidosos se passando por empresas, os chamados phishings, com 14% de incidência (mais de 600 mil tentativas). Na sequência, aparecem a busca por informações em redes sociais (13%), por conteúdos apagados ou tirados do ar (10%), em fóruns maliciosos (5%) e os chamados “buckets”, que consistem na procura por dados em nuvens públicas (1%). Ao todo, foram mais de 4 milhões de eventos detectados.
O que fazer se você for vítima desse golpe?
Rodrigues pontua algumas dicas sobre como agir nessa situação. “Mantenha a calma para conseguir tomar decisões racionais e resolver o problema. Lembrando que a prevenção é a melhor abordagem. É muito importante estar sempre atento a mensagens suspeitas, verificar a autenticidade dos remetentes e evitar clicar em links desconhecidos”, alerta o profissional.