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Ministério da Saúde investirá recursos em hospitais mineiros

Foto: Sarah Torres/ALMG

O Ministério da Saúde vai injetar recursos em cinco hospitais mineiros considerados os principais quando se trata de atenção especializada e que fazem atendimentos 100% Sistema Único de Saúde (SUS). O anúncio foi feito pelo secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, durante audiência da Comissão de Administração Pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que tinha como objetivo discutir a superlotação e dificuldades de sustentabilidade do Hospital Risoleta Neves.

A finalidade é equilibrar as contas dessas instituições. São eles: Risoleta Neves, Santa Casa de Belo Horizonte, Sofia Feldman, São Francisco de Assis e Hospital Universitário Ciências Médicas. “Estamos terminando estudos de forma a fazer uma robusta injeção de recursos adicionais para equilibrar as operações desses hospitais e aproximá-los do saldo positivo. O setor perdeu R$ 70 bilhões entre 2017 e 2022, e desde janeiro estamos discutindo as prioridades absolutas”, afirmou ele, salientando que as discussões estão sendo fechadas com o Estado, o município de BH e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems).

A revisão de toda a rede de atendimento e também um pacto regional foram defendidos por participantes da audiência. “Muitos pacientes do Risoleta não precisavam estar ali. Um pacto regional é necessário para que esses atendimentos sejam feitos na atenção primária dos municípios”, salientou Josely Ramos Pontes, promotora de Justiça de Defesa da Saúde.

A deputada federal Ana Pimentel (PT) reforçou que o interior não tem o aporte necessário e sobrecarrega a capital. “Ao longo dos anos, o Governo do Estado não tem conseguido preparar essa rede de forma proporcional. O quadro foi agravado pela pandemia, pela alta no custo dos insumos e pelo represamento de cirurgias eletivas”.

Gestores dos demais hospitais que serão beneficiados pelo Ministério da Saúde, assim como representantes de outros municípios também participaram da audiência. A presidenta do Conselho Municipal de Saúde de Ribeirão das Neves, Marylúcia Ferreira, cobrou a instalação de um hospital geral no município. “Temos só um hospital com apenas 104 leitos e nossa população é de mais de 300 mil habitantes. Temos oito presídios com 10 mil detentos. Eles têm que ser tratados como munícipes”, disse.

A deputada Beatriz Cerqueira (PT), que solicitou a audiência, sugeriu um pacto para que a ALMG acompanhe o desenrolar do aporte anunciado pelo Ministério da Saúde e receba outras demandas de forma a garantir o avanço no atendimento em saúde. “Estou muito feliz por fazermos uma audiência com uma pauta positiva que é importante para a população. Foi uma virada de página para que os hospitais comecem a trabalhar com a gestão e não fiquem correndo atrás o tempo inteiro de cobrir déficits”.

Risoleta

O Hospital Risoleta Neves é referência para 1,5 milhão de habitantes no eixo Norte da capital e também para municípios da Região Metropolitana de BH. Hoje, enfrenta superlotação nas duas portas de entrada (maternidade e pronto socorro). “O nosso pronto socorro cabe, com qualidade, 90 pessoas, e amanhecemos com 153 pacientes. Estamos recebendo R$ 19,8 milhões de recursos, 54% do estado (já foram 60%, mas como o estado desde 2020 não dá reajuste para os repasses do hospital, caiu para 54%), 33% é do Ministério da Saúde, 13% é do município. A nossa despesa é muito maior do que a gente recebe, a conta não fecha. Atualmente, temos R$ 2,1 milhões de déficit mensal”, conta a diretora-geral do Risoleta, Alzira de Oliveira Jorge.

“Os trabalhadores do hospital não têm garantia de reajuste. Algumas áreas também precisam de reforma e ampliação. É de fato uma grande preocupação, pois o Risoleta é uma unidade de referência hospitalar de parto de alto risco e também de pronto atendimento. Na maternidade, 60% da população que é atendida vem de Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Vespasiano, Lagoa Santa, São José da Lapa e Pedro Leopoldo. No pronto socorro, 60% são moradores de BH e o resto do entorno”, salientou Lourdes Machado, presidente do Conselho Estadual de Saúde.