Deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) apresentaram várias demandas de melhorias em rodovias estaduais ao diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG), Rodrigo Tavares, durante reunião da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas. Foram inúmeras as solicitações feitas pelos parlamentares, a partir de questionamentos apresentados pela população.
No debate, realizado no dia 6 de junho, os deputados afirmaram que os problemas estão espalhados por toda Minas Gerais. “São buracos, quedas de barreiras, pontes interditadas e trechos com trânsito congestionado e alto índice de acidentes”, pontuaram.
Tavares garantiu que há obras de recuperação de rodovias em todas as regiões do Estado e já foi contratada uma consultoria para mapear os pontos mais críticos, que serão priorizados nos próximos anos. “Em breve serão licitados sete contratos de manutenção, para viabilizar obras mais robustas de recuperação de trechos deteriorados em várias regiões”.
Demandas apresentadas
Os parlamentares apresentaram algumas situações críticas em estradas por todas as regiões de Minas Gerais. A deputada Maria Clara Marra (PSDB) pediu intervenções na MG-187, que liga Ibiá a Patrocínio, no Alto Paranaíba, que está em más condições. Além desse trecho, ela cita a MG-462, entre Patrocínio e Perdizes. A rodovia foi privatizada, mas os moradores da região reclamam da qualidade do asfalto.
No Vale do Aço, as condições das estradas são muito precárias, segundo o deputado Celinho Sintrocel (PCdoB). Ele mostrou a situação da MG-320, que liga Marliéria e Jaguaraçu à BR-381. A erosão provocada pelas chuvas fez a pista ceder em vários pontos.
Já o deputado Antônio Carlos Arantes (PL) pediu a pavimentação da estrada entre Guapé a Pimenta, interligando as regiões Sul e Centro-Oeste de Minas. Adriano Alvarenga (PP) reivindicou melhorias em rodovias na Zona da Mata. Uma das obras prioritárias para o parlamentar é a alça do anel rodoviário de Ponte Nova.
O presidente da comissão, deputado Thiago Cota (PDT), também cobrou melhorias em vários trechos de rodovias e criticou a proposta de desestatização da BR-356, entre Nova Lima e Ouro Preto. “Eu não sou contra a privatização e ao progresso, mas sou contrário quando o pedágio chega antes da infraestrutura. E a realidade das taxas de cobrança do nosso estado é muito triste, porque tem lugares que pagamos e a qualidade é péssima”.
Falta de investimento
De acordo com o diretor-geral do DER-MG, as condições das rodovias estaduais foram se deteriorando devido à redução dos investimentos em manutenção entre 2015 e 2021. “Em 2015, quando foram destinados R$ 591,6 milhões, 9,8% das estradas estavam em mau estado de conservação. Esse percentual subiu para 15,9% em 2018, quando os recursos caíram para R$ 300,6 milhões. Na gestão Romeu Zema (Novo), os gastos foram subindo e estão estimados em R$ 800,8 milhões em 2023. Mesmo assim, as rodovias em mau estado de conservação já representam 22,2% da malha estadual”.
Conforme Tavares, os investimentos ainda são baixos, mas foram suficientes para impedir que a situação das rodovias continuasse piorando. “Não vamos conseguir resolver os problemas de 5 mil km de estradas da noite para o dia. Porém, se conseguirmos investir R$ 1 bilhão por ano, chegaremos a 2026 em uma situação um pouco melhor que hoje”.
Para o diretor do DER-MG, é preciso pensar em novas fontes de financiamento, de modo a assegurar que os recursos na manutenção das rodovias estaduais sejam permanentes. “Nem com o dinheiro do acordo com a Vale vamos conseguir resolver todos os problemas que temos”.
No final da reunião, o deputado Thiago Cota sugeriu a criação de um fundo com recursos das mineradoras, como forma de compensar os impactos provocados por sua atuação. “Sem dinheiro, não vamos conseguir fazer a manutenção preventiva das nossas rodovias”.
