De acordo com a Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg), 70.065 novas empresas foram instaladas no estado nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, ou seja, 15,07% a mais que no mesmo período de 2022. A maioria foi aberta na modalidade empresário individual (58.356); seguida pela sociedade empresarial Ltda. (11.616); outros tipos (56); sociedade anônima (29), e cooperativa (8). As extinções também cresceram e chegaram a 41.499 fechamentos, superando a marca anterior em 52,29%.
Apesar de um aumento mais forte de fechamentos, o país encerrou o período com saldo positivo de 28.566, com mais negócios abertos do que fechados. Segundo dados da Jucemg, foram instaurados 321.820 processos abertos na instituição nos primeiros dois meses, sendo a maioria pedidos de alterações (210.256).
A economista Renata Camargos destaca que o bom número de abertura de empresas é reflexo da retomada econômica. “Com a melhora da pandemia, o empresário está confiante e otimista com a economia do estado, o que é muito bom. Parte desse resultado decorre de medidas adotadas pelo governo municipal e estadual, como por exemplo o Decreto de Liberdade Econômica, incluindo a eliminação de diversas taxas e a desburocratização de serviços”.
Segundo os dados, o maior número de empresas abertas foi em Belo Horizonte (12.590), seguido por Uberlândia (3.727) e Contagem (2.931). Considerando as 12.590 empresas abertas na capital, foi verificada alta de 15% na constituição frente ao primeiro bimestre de 2022.
Para a economista, o trabalho intenso de simplificação e digitalização de processos nos últimos anos também vem refletindo na rapidez para se abrir um negócio na capital. “O prazo médio em Belo Horizonte foi de 16 horas em 2022. Além disso, a cidade ficou em primeiro lugar como a melhor capital do Sudeste para se empreender no Índice de Concorrência dos Municípios (ICM) do Ministério da Economia”.
Em relação às extinções em Minas Gerais nos primeiros meses de 2022, 41.499 empresas encerraram suas atividades, o que representa 52,29% a mais do que as 27.250 empresas registradas de janeiro a fevereiro de 2022. No período de janeiro a fevereiro de 2023, a maioria das empresas, que encerraram suas operações, são da modalidade de empresário individual (36.410), seguida pela sociedade empresarial Ltda. (5.051).
Nos dois primeiros meses, Belo Horizonte liderou o fechamento de empresas. Foram 7.663 fechamentos, o número correspondente foi de 4.994 em 2022. A maioria das extinções foi de empresários individuais (3.832), seguida da sociedade empresarial Ltda. (967). Vale destacar também o número de fechamentos em Uberlândia (1.297), Contagem (1.101), Juiz de Fora (862) e Montes Claros (776).
“Quando analisado o fechamento de empresas por porte, é possível observar que o empreendedor individual lidera. Isso pode estar relacionado à questão da falta de preparo, como não ter um plano de negócio, não buscar capacitação e ser desorganizado nas finanças. Outro motivo é que parte dos empresários pode ter encerrado o negócio para retornar ao mercado formal, como tentativa de maior estabilidade de renda”, explica Renata.
A empresária Marcela Fagundes decidiu investir e formalizar seu negócio de venda de doces. “Comecei para fazer uma renda extra já que sempre gostei de confeitaria, mas com o aumento da demanda, contratei mais duas pessoas. Como precisava assinar a carteira de ambas, decidi regularizar tudo e agora possuímos mais segurança e benefícios”.