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PSDB e MDB de Minas Gerais sofrem com a falta de prestígio

Tadeu Martins é lembrado para presidir o MDB / Paulo Abi-Ackel comanda o PSDB de Minas / Fotos: ALMG e André Dusek/Estadão

O sofrível desempenho de alguns partidos políticos em Minas está motivando um debate mais acalorado, especialmente envolvendo o PSDB e MDB, cujas siglas dominavam o cenário político no passado, com eleição de governador, senador, bancada imensa de deputados federais, além de possuir uma hegemonia capaz de causar inveja a qualquer outro estado brasileiro.

Esse período de glória em nada lembra a derrocada dos tucanos nos dias atuais. Essa influência de outrora praticamente se transformou em cinzas. Basta observar que são apenas dois deputados federais. Paulo Abi-Ackel, atual presidente do PSDB mineiro, e o parlamentar Aécio Neves, cuja eleição passada não obteve o número de votos suficientes para credenciá-lo a planejar um possível retorno ao pleito majoritário, tanto para o governo de Minas ou mesmo para o Senado.

Em verdade, apenas alguns saudosistas ainda nutrem a expectativa relacionada a uma possível candidatura de Aécio ao governo do estado, na sucessão do atual governador Romeu Zema (Novo).

MDB em frangalhos

Nas escadarias de acesso ao prédio principal da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), ouve-se sempre o comentário que o deputado federal Newton Cardoso Júnior (MDB), presidente do partido, tem agido politicamente de maneira muito personalíssima, deixando de executar um projeto maior visando o crescimento do grupo, de maneira horizontal e vertical, das bases ao topo. Assim, os emedebistas só têm dois parlamentares federais em Minas, o próprio Cardoso e o empresário da região de Governador Valadares, Hercílio Coelho Diniz.

Também a bancada estadual é composta por dois nomes, o veterano político João Magalhães e o atual presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite.

E, diante da inércia da direção estadual dos emedebistas, informações de bastidores indicam a possibilidade de o presidente Tadeu assumir o comando partidário. Essa opinião, cada vez mais crescente, pode não ser levada a efeito pelo simples fato de que o presidente da ALMG não teria tempo de cuidar das duas funções ao mesmo tempo. A ala mais jovem do MDB entende que, caso essa possibilidade exista, seria uma maneira de oxigenar a convivência no velho partido, fundado por Ulysses Guimarães, e que agora amarga uma verdadeira falta de prestígio.

Em Brasília, de acordo com nossa apuração, o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, apoia o presidente regional Newton Cardoso. E, para tirá-lo, só se fosse para repassar o posto a outro deputado, Hercílio Diniz, empresário de muitos negócios, portanto, sem tempo para cuidar de organização partidária. Ou seja, mesmo caindo aos pedaços, por enquanto, tudo deve continuar como está.

A preocupação relacionada a mudanças de comando nos partidos mineiros é de tal ordem que, recentemente, o ex-prefeito de Contagem, Alex de Freitas, foi eleito presidente estadual do Avante, enquanto o deputado federal Luiz Tibé continua sendo o dirigente nacional da sigla. Neste caso, não se sabe qual a motivação da eleição do ex-chefe do Executivo, que deixou o comando do segundo maior município de Minas, sem ter condição sequer de disputar a própria reeleição, tamanha era a sua impopularidade.