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Resgate de carro via Pix

Nos tempos modernos de hoje, com o avanço da tecnologia, os especialistas se mostram cada vez mais criativos para melhor servir aos bilhões de internautas, concebendo e ampliando os horizontes relativamente aos negócios no globo terrestre. Isso ajuda a consolidar essa frenética onda cibernética que, indubitavelmente, contribui com o desenvolvimento intercontinental. Essa ciência veio para fazer parte do cotidiano de todos os povos.

Mas como ocorre em todo processo, o embrião do horizonte dessa nova era da humanidade, que irá alavancar a estrada rumo ao futuro, carece de regulamentação para não destruir todas as conquistas obtidas. Aliás, no período de 2020/2021, durante a pandemia da COVID-19, a internet teve o seu destaque proativo.

Não se deve negar outro viés dessa realidade virtual. Trata-se do subproduto, incrementado a partir das redes sociais. Vale dizer que existe o conteúdo sério, publicado e veiculado pelos canais competentes da comunicação. Porém, nessa mesma proporção do seu crescimento, constata-se uma incomensurável onda de notícias falsas e até mesmo comprometedoras, onde até crimes são praticados ou incentivados, verificando-se um certo descontrole da situação.

Roga-se, aos especialistas, pausa para repensar todo o método, com vistas a deixar também uma tangente para proporcionar um filtro, para que sejam estabelecidas normas a serem respeitadas. Até mesmo para evitar ataques de violência, mediante a manipulação da população nas teses maliciosas, incrementadas por mentes não sadias e que participam desse universo artificial, só com a pretensão de tirarem proveito.

Enquanto não ocorrem medidas de segurança nas plataformas, vão se avolumando problemas que atualmente já estão se tornando um drama perante a população brasileira. Não bastasse a famigerada fake news, tem encorpado denúncias no bojo do uso de produtos oportunizados pelo sistema, que são verdadeiros achados para os marginais. Um desses casos emblemáticos é a utilização do Pix por homens fora da lei.

Eles estão, do meio do ano passado para cá, praticando extorsão, tirando dinheiro de pessoas humildes, mas concomitantemente, vão amealhando mais ganhos com operações ousadas. No Rio de Janeiro, desde o ano anterior, os fora da lei estão roubando carros, a maioria por encomenda. Os criminosos vendem peças para oficinas de bairros e, quando é conveniente, ligam, sem a menor cerimônia para as vítimas, propondo a devolução dos veículos, mediante o pagamento, via Pix, de quantia que oscila entre R$ 12 a R$ 16 mil. Como não poderia deixar de ser, preferem automotores de valores mais elevados, até mesmo para deixarem os seus proprietários interessados na negociação.

Essa modalidade de sequestro de veículos, iniciado na ex-cidade maravilhosa, já está se expandido para todos os grandes centros do país, especialmente em São Paulo. Aqui em Belo Horizonte, também tem havido casos esporádicos, mas se a situação não for freada, o que ocorre por lá se tornará uma febre, uma espécie de erva daninha a se espalhar pelos rincões do Brasil.

Conter esses marginais na sua volúpia pelo dinheiro fácil será uma tarefa árdua, mas as empresas administradoras das redes sociais, as autoridades do Banco Central e a própria polícia carecem de um plano de emergência, para evitar que em breve, estejamos vivendo uma selvageria de assaltos virtuais. Isso seria um drama sem tamanho. Que Deus nos livre dessa sanha!