Os times mineiros sempre configuram entre os maiores clubes do Brasil, garantindo títulos ou vagas em campeonatos internacionais e nacionais. Neste ano, o Cruzeiro participou do Brasileirão, Campeonato Mineiro e Copa do Brasil, já o América, além dessas três competições, disputou a Libertadores, e o Atlético ainda disputou a Supercopa do Brasil.
O jornalista esportivo José Augusto Toscano destaca que o futebol mineiro é de fundamental importância no cenário brasileiro. “Em termos de conquistas de títulos nacionais, de revelar grandes e inúmeros talentos para o esporte e por ter sido o primeiro a quebrar a hegemonia do eixo Rio-São Paulo, servindo de estímulo para outros estados da federação”.
Ele pontua que ainda é preciso fazer muitas ações para que os times mineiros cresçam e obtenham mais êxito no futebol. “Contudo, para mim, organizar- -se financeira e administrativamente, e voltar a fazer um trabalho de excelência, com os devidos cuidados com a ‘peneira’ na várzea e no interior do estado são essenciais”.
Temporada 2022
Neste ano, os times mineiros obtiveram bons resultados, o Atlético conseguiu uma vaga na Libertadores do ano que vem, e o América vai ficar mais um ano na série A e irá disputar a Sul-Americana de 2023. O Cruzeiro foi campeão da série B e conquistou o acesso à elite do futebol brasileiro, depois de 3 anos.
Nesta temporada, o América conquistou 25 vitórias e o Atlético 34, ambos em 67 jogos disputados. O Cruzeiro fez menos partidas, 58, com 35 vitórias.
Toscano acredita que, para o ano que vem, esses times vão se destacar ainda mais. “O Galo segue sendo um dos candidatos favoritos a títulos, o Coelho tem boa possibilidade de conquistar o Mineiro e seguir pelo quarto ano consecutivo na série A, e a Raposa possui chance de ganhar o estadual e manter- -se na primeira divisão do Brasileiro para, em alguns anos, retomar seu protagonismo no futebol do país e do continente”.
O jornalista acrescenta ainda que aposta que times do interior como Tombense e Pouso Alegre possam se consolidar no cenário nacional. “Conseguirem se manter nas séries B e C, respectivamente, é o primeiro passo para um destaque, porque isso vai permitir que eles se desenvolvam e alcem voos mais altos”.
Futebol de base e amador
Toscano afirma que a categoria de base é fundamental para a revelação de jogadores. “Além de ter se tornado fonte de renda para os combalidos cofres desses mesmos clubes”.
Nesta temporada, o Atlético começou o ano com 13 jogadores da base no time principal. O Cruzeiro também apostou nos jovens talentos em 2022, por exemplo, em um jogo contra o Tombense, no Campeonato Mineiro, o time escalou oito atletas revelados pelo clube e, durante a partida, entrou mais quatro. O time Celeste venceu por 3 a 0.
O América, com o investimento nos atletas da base, já revelou nomes como Danilo, zagueiro da Juventus; Fred, ex-atacante do Fluminense; além do Tostão, campeão mundial com a seleção brasileira em 1970; Palhinha, ex-atacante e tricampeão da Libertadores com as camisas de São Paulo e Cruzeiro em 1992, 1993 e 1997; Euller, ex-atacante e campeão da Libertadores pelo Palmeiras em 1999; e Gilberto Silva, ex-volante e campeão mundial com a seleção brasileira em 2002.
A Federação Mineira de Futebol (FMF), por meio da assessoria, destaca essa importância da categoria. “São da base que surgem jogadores que podem ajudar o clube tanto dentro quanto fora de campo”.
Já no futebol amador, o campeonato organizado pela FMF, neste ano, contou com a participação de 62 equipes, de várias cidades do estado.
De acordo com a FMF, ele também tem sua relevância para o crescimento do futebol mineiro. “Minas sempre foi celeiro de craques para o cenário nacional e internacional. Em dois casos mais recentes, temos o Bruno Henrique, do Flamengo, e o Breno Lopes, do Palmeiras, que jogavam os torneios amadores em Belo Horizonte e, hoje, dispensam apresentações”.
Toscano concluiu afirmando que o futebol amador é vital para o desenvolvimento da atividade esportiva. “Essa competição é a gênese do esporte em todos os tempos”.