Economistas do mundo inteiro garantem que uma das melhores condições para distribuição de riquezas está em países nos quais os trabalhadores recebem salários razoáveis. No Brasil, por enquanto, a massa salarial não é lá grande coisa e tudo ficou ainda mais complicado no período pandêmico. No entanto, a sinalização ao aumento do número de carteiras assinadas é positiva, segundo dados de órgãos do governo e de alguns institutos especializados em economia.
Na verdade, em muitos continentes, especialmente na Europa, constata-se um viés galopante rumo à estagnação e a possibilidade de recessão nos próximos meses. Por aqui, surge uma nuvem mais afável no horizonte, uma vez que está havendo um recuo no número de desempregados. Segundo o Ministério da Economia e do Trabalho, o contingente de ocupados atingiu 99,3 milhões, um preponderante avanço de 1%, na comparação com o trimestre anterior. Parece um número simples, mas esse 1% significa mais de 1 milhão de brasileiros.
Quando se faz um paralelo apenas aos últimos 3 meses, os números são promissores. Neste trimestre, a ampliação referente ao montante de empregados registrados chegou ao patamar de 1,39%, assim, uma média de 36,3 milhões de pessoas a mais, o que significa um avanço de 8,2%. Mas, nem tudo são flores, nesta relação entre patrão e empregado, as fontes oficiais sinalizam também que o número de empregados do setor privado sem carteira assinada foi de 13,1 milhões, o maior da série histórica iniciada em 2012. De lá para cá, a alta chegou a 13%, o equivalente a mais de 1,5 milhões de indivíduos por ano. Para traduzir a realidade de hoje, calcula-se que 39,2 milhões de trabalhadores estão na informalidade.
Todas essas informações fazem parte de um levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas, que mostrou também um ganho real, em julho, para os assalariados, com uma expansão nominal nos rendimentos. Por outro lado, economistas de plantão asseguram que esse lucro em relação ao aumento da inflação é um engodo, pois nos meses seguintes, as cifras arrecadadas não vão acompanhar o avanço no preço dos produtos adquiridos pelos brasileiros. Deste modo, o ideal é apostar em um crescimento sustentável da economia, possibilitando a ampliação do Produto Interno Bruto (PIB) e, também, dos salários. Isso faria o dinheiro circular livremente no mercado, sem as amarras dos índices formais, especialmente fora do contexto da inflação ou outro tipo de realidade sazonal.
É importante ressaltar que, mesmo com um cenário mais próspero, a realidade é de que ainda contamos com 9,5 milhões de desempregados, o que não é pouco, diga-se de passagem. Dito tudo isso, a esperança fica assentada nas mãos do governo federal que, a partir de janeiro, terá o planejamento de focar no desenvolvimento e reestruturação da nação brasileira. O objetivo é dissipar essa nuvem escura que tanto contagiou negativamente a nossa gente. Quem venham os novos tempos!